"Fui criado pelos meus avós e enfrentei o desafio de cuidar dele no fim da vida por amor", revela Everton, que contou com o apoio da esposa Flaveli
"Fui criado pelos meus avós e enfrentei o desafio de cuidar dele no fim da vida por amor", revela Everton, que contou com o apoio da esposa Flaveli | Foto: Gina Mardones


O casal de comerciantes Everton Luiz Nascimento e Flaveli Pontes Nascimento estavam às voltas com o início da vida em comum e os cuidados com o filho bebê quando decidiram acolher na própria casa o avô de Everton, Inácio, que aos 87 anos já não tinha mais forças para enfrentar o câncer de próstata com o qual conviveu por 40 anos. "Fui criado pelos meus avós e enfrentei o desafio de cuidar dele no fim da vida por amor", revela ele, que na época trabalhava como garçom em dois estabelecimentos e contou com o importante auxílio da esposa para dar conta dos cuidados.

Com apoio da equipe de cuidados paliativos do Hospital do Câncer, os dois conseguiram proporcionar ao idoso cinco meses de vida digna e com qualidade. "O vô era sensacional, cuidamos dele sem esperar nada em troca", diz Flaveli. Eles relatam que a equipe instalou equipamentos hospitalares, como a cama, e os atenderam sempre que precisaram. "Não queríamos que ele ficasse no hospital e eles nos deram todo o apoio, inclusive com fraldas e medicamentos. Exigiu muito da gente na parte física, mas o vô ficou feliz. Valeu muito a pena", acreditam.

Os profissionais da equipe explicaram sobre como seria o comportamento do paciente e combinaram que o levariam para o hospital apenas quando não fosse mais possível cuidar dele na casa. Por isso, o avô ficou internado apenas por poucos dias, até finalmente "descansar". "Fomos muito bem acolhidos e o pessoal da equipe se transformou em amigos", contam.

Logo após a morte de Inácio, o casal – que tinha mantido em suspenso o plano de empreender em um restaurante – reuniu forças para finalmente começar o negócio, que está prestes a completar um ano de sucesso. "Temos certeza que ele está muito feliz, pois era o sonho dele também", alegram-se.(C.A.)