Os bons resultados do agronegócio paranaense e o sistema cooperativista consolidado no Paraná são fatores que contribuem para que o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM) seja superior ao da maioria das unidades federativas brasileiras. Conforme a pesquisa "Desenvolvimento Humano para Além das Médias", o IDHM rural do Paraná atingiu 0,691 pontos em 2010 e só não é maior que o índice do Rio Grande do Sul, de 0,698.

Quem explica o bom posicionamento do Estado é Júlio Suzuki, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Segundo ele, as cooperativas contribuem para a situação "confortável", visto que este modelo reúne os cooperados e ameniza a desvantagem de ser pequeno, o que permite ganhos em escala apesar da estrutura de pequenas propriedades. "O Paraná consegue tornar menos veloz o processo de redução de pequenas propriedades", afirma.

A lucratividade do agronegócio também explica o índice. "O setor há tempos apresenta resultados de produção muito satisfatórios, o que reverte em renda para a população rural", ponderou. Em relação aos indicadores de educação e saúde, porém, ele considera "natural" a distância entre IDH rural e urbano. "A renda é mais elevada no meio urbano e o acesso a educação e saúde é facilitado", avalia.

Uma das soluções para reduzir desigualdades – e que segundo Suzuki tem sido adotada no Paraná – é o redimensionamento dos serviços focado na descentralização. "O estado do Paraná reconhece que a ponta do atendimento é feita pelas prefeituras e por isso transfere recursos para os municípios, o que melhora serviços de educação e saúde", afirma.

Oferecer as mesmas condições de desenvolvimento para todas as situações de domicílio, entretanto, continua sendo um desafio, visto que os serviços estão distantes e as localidades não têm densidade populacional suficiente para viabilizar a aproximação. "Para instalar equipamentos em um hospital, por exemplo, é preciso que a região tenha uma escala mínima de atendimento. As regiões com IDHM desfavoráveis têm densidade populacional muito baixa", compara. (C.A.)