Polêmico, ex-vereador acredita que "o juiz não irá dar uma medida restritiva descabida como essa"
Polêmico, ex-vereador acredita que "o juiz não irá dar uma medida restritiva descabida como essa" | Foto: Reprodução/CML


A confusão entre o ex-vereador Emerson Petriv, conhecido no meio político como Boca Aberta, e o presidente da Câmara, Mário Takahashi (PV), além das supostas ameaças proferidas contra Rony Alves (PTB) e Jamil Janene (PP), foram parar na Justiça. Os advogados Marcos Prochet e Tiago Mota Romero, que representam os três parlamentares, entraram com pedidos de medidas restritivas e ações criminais por calúnia, ameaça e difamação. Se o juiz acatar a solicitação da defesa, Boca Aberta deverá manter distância de até 500 metros dos denunciantes.

"Nós buscamos a integridade física dos nossos clientes. Na última segunda-feira (16), o ex-vereador ameaçou o Mário Takahashi na frente da Câmara enquanto ele concedia uma entrevista ao vivo para uma emissora de TV. No dia seguinte, os ataques continuaram novamente em uma entrevista dada a uma rádio local", comentou Marcos Prochet. O vídeo que flagrou a acalorada discussão entre Takahashi e Boca Aberta viralizou nas redes sociais.



Para o advogado, "Boca Aberta faz mau uso da democracia. Ele, por não ter respeito pela honra alheia, está cerceando a liberdade dos vereadores. São investidas arbitrárias", ponderou. Prochet acredita que as críticas sejam mais direcionadas a Rony, Jamil e Takahashi "porque o Boca Aberta tenta transformar a desonra em verdade". Por enquanto, a defesa não deve impetrar indenizações por danos morais na esfera cível.

Procurado pela reportagem, Boca Aberta disse que "não apresenta risco nenhum, mas traz segurança para o povo". Ele também espera que a ação restritiva protocolada na Justiça não irá prosperar. "Eu creio que o Judiciário não irá dar uma medida descabida como essa". O ex-vereador voltou a disparar críticas contra Takahashi. "Há uma organização criminosa instalada na Câmara. A minha cassação é uma prova disso", ponderou.

Sobre os gestos que teriam indicado possíveis ameaças, Boca Aberta comentou que "esse é o meu jeito de falar. É o jeito que converso com o povo. Eu não ameacei ninguém. Por quê me tornei uma ameaça só na segunda-feira? Quer dizer que até domingo eu não representava perigo para ninguém? Eu tenho um microfone para denunciar político corrupto. Essa sim é a arma mais potente", concluiu.

Cassado

No domingo passado, Boca Aberta foi cassado por 14 votos a cinco pela Câmara Municipal. Takahashi, Janene e Rony votaram pela cassação do mandato do ex-vereador. Por mais de três meses, ele foi investigado por quebra de decoro parlamentar pela Comissão Processante (CP), que começou a apurar a denúncia protocolada pela enfermeira e servidora municipal Regina Amâncio.

José Roque Neto assumiu a vaga deixada por Boca Aberta na última quinta-feira (19)
José Roque Neto assumiu a vaga deixada por Boca Aberta na última quinta-feira (19) | Foto: Reprodução/CML



Com a vaga em aberto, a Câmara teve que chamar o suplente de Boca Aberta. José Roque Neto, presidente do diretório municipal do Partido da República (PR) e que até então ocupava um cargo comissionado na gestão Marcelo Belinati - era assessor da Secretaria do Idoso -, preencheu a lacuna na sessão de quinta-feira.