Brasília - O ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), marcou para a próxima terça-feira (4) pela manhã o início do julgamento da ação que pode cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. O ministro marcou quatro sessões para o julgamento na próxima semana.

Ele convocou duas sessões extraordinárias (terça pela manhã e quarta à noite), além de reservar as duas sessões semanais da corte (terça à noite e quinta pela manhã).
Gilmar Mendes anunciou o julgamento antes mesmo de o Ministério Público Eleitoral se manifestar sobre o processo, que deve ser entregue até esta quarta (29). Nesta segunda (27) o ministro Herman Benjamin, relator da ação no TSE, havia entregue aos colegas seu relatório final do processo. As defesas de Dilma e Temer entregaram na última sexta (24) as alegações finais.

DESCONFORTO
O relatório final de Benjamin tem 1.086 páginas e resume os principais pontos do processo. Fontes que acompanham as investigações dão como certo que o relator vai se posicionar a favor da cassação da chapa Dilma-Temer.

Segundo a reportagem apurou, o ritmo acelerado que Herman Benjamin imprimiu ao processo na sua etapa final provocou surpresa e causou desconforto entre integrantes da Corte.

Um membro do tribunal criticou reservadamente o prazo de dois dias para as alegações do Ministério Público, de Dilma, Temer e do PSDB, considerando-se a complexidade do processo e o volume de informações coletado com os depoimentos de mais de 50 pessoas.

A defesa de Dilma pediu ao ministro Herman Benjamin a imediata suspensão do andamento processual para que seja concedida devolução do prazo de alegações finais - os defensores da petista queriam um prazo mais elástico, de cinco dias, ao invés das 48 horas concedidas pelo ministro.

Dentro do tribunal, também existe a percepção de que a pressa de Herman Benjamin em liberar a ação para julgamento fará com que os demais integrantes da Corte tenham pouco tempo para estudar o caso em profundidade, aumentando a possibilidade de algum ministro pedir vista (mais tempo para análise). (Com Agência Estado)