A Secretaria de Segurança Pública mobilizou ainda bombeiros, policiais civis, agentes de trânsito, policiais rodoviários estaduais e federais, policiais federais e guardas municipais
A Secretaria de Segurança Pública mobilizou ainda bombeiros, policiais civis, agentes de trânsito, policiais rodoviários estaduais e federais, policiais federais e guardas municipais | Foto: Divulgação Sesp



Curitiba - Uma reunião a portas fechadas com diversos representantes do governo e da sociedade civil organizada definiu nessa segunda (11) os últimos detalhes para o segundo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao juiz Sérgio Moro, marcado para quarta-feira, às 14 horas, na sede da Justiça Federal do Paraná (JFPR), em Curitiba. Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, Wagner Mesquita, mil policiais e ao menos outros 500 agentes atuarão na operação. O interrogatório é relativo à ação penal em que o petista é réu por suposto recebimento de propinas da empreiteira Odebrecht.

O efetivo é mais modesto do que o utilizado no dia 10 de maio, quando ocorreu a primeira oitiva de Lula a Moro. Naquela ocasião, havia três mil homens, sendo 1,7 mil PMs. De acordo com Mesquita, 40 ônibus, trazendo 2,5 mil militantes de diversas partes do País, são esperados. Já há um interdito proibitório para a praça em frente à JFPR, localizada no bairro Ahú e onde costumam se reunir grupos de apoio à Lava Jato, iniciando às 6 horas. O chefe da pasta contou que os pontos de bloqueio se estenderão para duas quadras do local, a partir do meio-dia. "A Justiça vai ter seu expediente interno e administrativo normal, porém, com acesso controlado."

Também estarão a postos bombeiros, policiais civis, agentes de trânsito, policiais rodoviários estaduais e federais, policiais federais e guardas municipais. "Não abrimos mão de fazer a fiscalização das estradas. Os ônibus que venham com a documentação em dia, em bom estado e sem nenhum material que não seja condizente com uma manifestação democrática. Da outra vez, apreendemos foices e facas", completou o secretário. Os custos da operação ainda não foram divulgados. Em maio, foram desembolsados R$ 150 mil. "A gente estima [um custo] menor. Mas vamos investir em segurança, para garantir uma manifestação tranquila e um ato de Justiça sendo feito sem constrangimento", defendeu.

Ele não descartou nem o uso de helicópteros, nem de atiradores de elite. "É um ato que reúne milhares de pessoas, com ideologias diferentes. Temos a obrigação de empregar todos os meios, se necessário. Estamos aqui como técnicos que somos. No outro evento [em maio], havíamos recebido informes de mais de 60 mil pessoas e movimentos antagônicos, com mensagens de ódio. O planejamento foi voltado a evitar o confronto. E só o fato de não ter havido nenhum fato negativo, ninguém se feriu ou houve dano ao patrimônio, justifica", acrescentou.

Os manifestantes pró-Lula, encabeçados pelas frentes Brasil Popular (FBP), Resistência Democrática (FRD) e Fórum de Lutas 29 de Abril, pretendem se reunir na Praça Generoso Marques, no centro da capital, a partir das 15 horas. Estão previstas apresentações culturais, uma "aula pública" com o jurista Eugênio Aragão, professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-ministro da Justiça durante o governo de Dilma Rousseff (PT), e ainda o lançamento de um livro de 101 juristas sobre a Lava Jato. Já os grupos contrários ao petista vão se concentrar em frente ao Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico.

Ex-ministro de Dilma e ex-chefe de gabinete do ex-presidente, Gilberto Carvalho participou da reunião, representando o Partido dos Trabalhadores (PT). Ele falou que Lula deve chegar hoje, provavelmente de ônibus, e ficar até o dia seguinte ao interrogatório. "Isso está sendo discutido. Vai depender do conforto dele, mas é provável que venha na véspera sim, via rodoviária. Estamos preparando um movimento como no 10 de maio, de solidariedade, apoio e carinho. Convidamos a militância para uma manifestação pacífica. Queremos de novo que ele se sinta apoiado, pois acreditamos na inocência dele, na verdade, e esperamos que tenha um ótimo desempenho", afirmou. Conforme Carvalho, a expectativa é de que Lula se dirija à praça após a oitiva, para se encontrar com os manifestantes. São esperadas em torno de cinco mil pessoas.