Brasília - O presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, deputado Marco Feliciano (PSC-SP), conseguiu ontem aprovar um requerimento para restringir o acesso ao público nas próximas reuniões do colegiado. Feliciano disse que ''está sangrando'' com a medida, mas precisa ''trabalhar e mostrar ao Brasil a cara da comissão''. O fechamento das próximas reuniões foi aprovado com voto de aliados de Feliciano.
O pastor disse que a medida tem previsão regimental. Ele não deu um prazo para que as sessões voltem a ser abertas, mas afirmou que ''não será para sempre''. ''Não há ninguém que lamente mais do que eu (o fechamento). Estou sangrando'', afirmou.
O deputado pastor Eurico (PSB-PE) fez uma intervenção apoiando a ideia. ''Estamos sendo vitimados por um movimento antidemocrático. Estamos sendo retaliados porque defendemos sua permanência. Somos a favor que a sociedade esteja presente, mas não para fazer os absurdos que vimos aqui'', afirmou.
A medida é para evitar a série de protestos que pedem a saída de Feliciano do cargo há mais de 20 dias que o acusam de racismo e homofobia.
Feliciano confirmou ontem que irá ao encontro com os líderes da Casa na próxima terça-feira. Os líderes devem fazer um apelo para que ele deixe o cargo. Pelo regimento, ele não pode ser destituído do posto. Nos últimos dias, parlamentares entraram com representação contra Feliciano por quebra de decoro parlamentar para forçar sua renúncia. ''Fui convidado para o colégio de líderes e quero ouvi-los'', afirmou. Feliciano disse que ainda avaliava se iria à reunião porque ele acredita que os líderes queriam achincalhá-lo.