Representantes do movimento Por Amor a Tamarana fizeram na manhã de ontem um protesto em frente à antiga subprefeitura, no centro da cidade, para que o prefeito Beto Siena (DEM) não sancione um projeto de lei, já aprovado em dois turnos pela Câmara de Vereadores, que autoriza o Executivo a vender um terreno por meio de licitação. O terreno, onde hoje está localizada a subprefeitura, seria vendido para arrecadar verba para a construção de um novo aterro sanitário, já que o atual teria pouco mais de um ano restante de vida útil.
Por volta das 9 horas, alguns manifestantes já estavam com faixas e caixas de som. As duas votações da Câmara para aprovação da matéria foram feitas na última semana, e nos dois turnos o projeto foi aprovado por seis votos a dois - o presidente da Casa, Renan Leal (DEM), só vota em casos de empate.
Os dois únicos vereadores de oposição - Elias Moraes (PDT), que se absteve em uma votação e votou contra na segunda, e Luzia Suzukawa (PSDB), que se absteve nas duas - estavam presentes no local. Elias não quis dar entrevista. Já Luzia alegou que tentou pedir adiamento da votação do projeto para que ele fosse melhor discutido pela população, mas ''não houve entendimento'' com o presidente do Legislativo. ''Se a prefeitura quer vender o terreno, vamos consultar a população. Não vejo porque a pressa na aprovação da matéria.''
Um dos voluntários do movimento, o empresário Santino Canego da Silva, disse que a população quer manter o terreno público. ''Estão dilapidando as propriedades públicas para o bem de empresários. Queremos manter esse terreno'', defendeu. A maioria dos manifestantes quer que a sede da nova prefeitura seja feita no local.
O prefeito, que está terminando seu segundo mandato consecutivo, ressaltou que vai sancionar o projeto na próxima semana ''pela necessidade'', e explicou que escolheu aquele terreno central por conta da valorização - atualmente funcionam no prédio a Secretaria de Agricultura, o Detran e o conselho tutelar.
''Essas autarquias serão realocadas em outros prédios públicos, elas não ficarão sem destino. Escolhemos esse terreno porque ele é valioso, e precisamos urgentemente comprar um terreno para construir novo aterro sanitário. Só conseguiremos apoio do governo estadual para a construção se já tivermos o terreno'', explicou o prefeito. Sobre a construção da nova prefeitura, Siena informou que já fez uma permuta com um empresário, que trocou uma área central de 3,8 metros quadrados para a construção dos novos prédios em troca de um terreno fora dos perímetros urbanos do município.
O chefe do Executivo ressaltou que não há problema na tramitação da matéria, e que o movimento só está organizando o protesto ''por conta do período eleitoral''. ''Eles querem nos desgastar'', finalizou.