O procurador jurídico da Câmara Municipal de Londrina (CML), Miguel Aranega, afirma que não consegue identificar quando foi gravado em conversa com o vereador Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta, porque o parlamentar frequentava seu escritório todos os dias, mais de uma vez ao dia. Ele ainda diz que a conversa gravada foi de aconselhamento ao vereador e que não vê motivo para a quebra do sigilo telefônico dele e do presidente do Legislativo, Mário Takahashi (PV).

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Nesta segunda, Boca Aberta protocolou o pedido na tentativa de desvendar um suposto complô para cassar o mandato dele - vereadores ligariam para Takahashi pedindo a cabeça do parlamentar. Boca Aberta está acuado com a possibilidade de abertura de Comissão Processante (CP) com base em denúncia da enfermeira Regina Amâncio, que o acusa de irregularidade na captação de doações apoiadores para pagamento de uma multa eleitoral.

Segundo Aranega, a procuradoria jurídica atende a todos os vereadores - "seja na elaboração de projetos de lei, seja para orientar condutas" - desde 1º de janeiro e, desde então, afirma, Boca Aberta é o visitante mais assíduo. "Não dá para saber quando ele gravou o vídeo, que é cheio de edições", diz.

O procurador também nega a existência de perseguição e diz que todos os pareceres jurídicos emitidos têm embasamento técnico jurídico e são discutidos com os outros advogados do Legislativo. "Tanto que buscou a Justiça por seis vezes, questionando os atos da Câmara, e em todas as instâncias, ele perdeu. Talvez, os pareceres são contrários à opinião dele. Mas a procuradoria só tem o poder de opinar, a decisão é dos vereadores", recorda.

Aranega também diz que o caso citado por ele ao vereador na gravação, de um superfaturamento em serviços de mecânica em uma viatura do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) está no relatório da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde, realizada há seis anos, duas gestões atrás.