A primeira-dama de Londrina, Ana Laura Lino, prestou depoimento ontem ao delegado do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Alan Flore. Na condição de testemunha, Ana Laura deu informações complementares no inquérito que já indiciou, por falsidade ideológica, o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai, e a mulher dele, Cristiane Hasegawa. O depoimento durou menos de 20 minutos e a esposa do prefeito Barbosa Neto (PDT) estava acompanhada do advogado Luiz Carlos Mendes.
O casal teria falsificado a escritura de um apartamento comprado em 2010 por R$ 330 mil e sonegado o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). O Gaeco apura se a declaração menor do valor do imóvel não teria ocorrido para ocultação de patrimônio e eventual enriquecimento ilícito. O resultado da investigação será apresentado em relatório nos próximos dias. Na semana passada, Nadai e Cristiane também estiveram na sede do Gaeco, mas permaneceram em silêncio diante do delegado.
O inquérito, que foi um desdobramento da Operação Antissepsia deflagrada em maio do ano passado, também inclui possível crime de formação de quadrilha na tentativa de compra de uma empresa de Arapongas para atuar na área ambiental em Londrina. Além de Nadai, estariam envolvidos na transação o dono da empresa, o ex-procurador jurídico da Prefeitura de Londrina Fidélis Canguçu e o ex-presidente do Instituto Atlântico Bruno Valverde.
O delegado Alan Flore evitou revelar o motivo da intimação de Ana Laura, ontem, porque algumas medidas tomadas durante a investigação estão sob sigilo. Apesar do inquérito já ter resultado no indiciamento de Nadai e Cristiane, Flore afirmou que pode realizar novas diligências. ''Não posso descartar, inclusive, a otiva de outras pessoas.''