Considerada a maior apreensão de dinheiro vivo no País, a dinheirama atribuída ao ex-ministro Geddel Vieira Lima será depositada em uma conta judicial
Considerada a maior apreensão de dinheiro vivo no País, a dinheirama atribuída ao ex-ministro Geddel Vieira Lima será depositada em uma conta judicial | Foto: Divulgação Polícia Federal/Fotos Públicas



São Paulo - A Polícia Federal (PF) usou sete máquinas para contar os R$ 51 milhões apreendidos no bunker do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). A conferência da dinheirama atribuída a Geddel levou 14 horas para terminar - atravessou praticamente toda a terça-feira (5), e invadiu o início da madrugada dessa quarta-feira (6).

Foram apreendidos incríveis R$ 51 milhões - R$ 42.643.500,00 e US$ 2.688.000,00. O dinheiro será depositado em uma conta judicial. É a maior apreensão de dinheiro vivo no País. O valor em dólar foi convertido para real e chegou a R$ 8.387.366,40. Foi usada a cotação de venda de segunda-feira pelo BC (1 dólar = 3,1203 reais). A PF investiga agora a origem da dinheirama.

O dinheiro foi apreendido pela Polícia Federal na manhã de terça na Operação Tesouro Perdido, nova fase da Cui Bonno?. A ação fez buscas em um imóvel em Salvador e foi autorizada pela 10ª Vara Federal de Brasília. A Tesouro Perdido mirou no local apontado como bunker do ex-ministro. O apartamento seria usado para armazenagem de dinheiro em espécie.

Ao autorizar a operação, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira afirmou que Geddel "estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos (fumus boni iuris), o que, em face das circunstâncias que envolvem os fatos investigados (vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes públicos influentes e poderosos), precisa ser apurado com urgência".

O delegado Daniel Justo Madruga, superintendente regional da Polícia Federal na Bahia, disse que os agentes ficaram "surpresos" com o volume de dinheiro vivo encontrado no apartamento do bairro da Graça, em Salvador, apontado como bunker do ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Geddel está em prisão domiciliar em Salvador. Ele ainda não se manifestou sobre a fortuna que os investigadores suspeitam ter origem em atos de corrupção.

Sobre o empresário Silvio Silveira, que teria emprestado o imóvel para Geddel, o delegado disse. "A informação é que esse apartamento foi cedido para supostamente guardar pertences do pai (falecido) do ex-ministro Geddel. Mas quando fomos lá deparamos com dinheiro. Teria sido uma desculpa que ele usou para colocar o dinheiro lá. A nossa função foi cumprir essa busca. No levantamento verificamos esse possível esconderijo."