Curitiba - O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, disse ao membros da CPI do Pedágio na Assembleia Legislativa (AL), na manhã de ontem, que o governo estadual prevê ter novidade sobre o valor da tarifa – se haverá ou não redução - até o início do ano que vem. Apesar do prazo, declarações de Pepe Richa à CPI do Pedágio sugerem que, até agora, houve pouco avanço nas negociações com as concessionárias.
O secretário e o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Nelson Leal Junior, que também foi ouvido pelos parlamentares, culparam os contratos pela demora em obter uma queda nos preços cobrados dos motoristas, sem que as obras fiquem prejudicadas.
A lentidão nas negociações rendeu críticas de membros da CPI. O deputado estadual Douglas Fabrício (PPS) cobrou um resultado concreto. "Já faz três anos (que se negocia). Precisamos chegar a um momento que haja definição." Em resposta, o secretário disse apenas que os trabalhos "estão evoluindo". Ele acredita que as discussões com duas empresas estão mais adiantadas. "Podemos ter uma resposta em breve, no começo do ano (sobre a redução da tarifa)."
Para o presidente da CPI, deputado Nelson Luersen (PDT), Pepe Richa não está seguro sobre as negociações. "Nós tivemos aumento de arrecadação (das concessionárias) e de carros nas estradas. O momento é de fazer uma revisão", disse Luersen.
O diretor-geral do DER, Nelson Leal Junior, reconheceu que a tarifa cobrada dos usuários é alta e que necessita de queda nos preços, mas também lembrou da dificuldade em formar um consenso entre governo e as empresas que administram as rodovias do Anel de Integração. "A gente está tratando (deste assunto), mas a negociação acontece com um contrato muito fechado, bastante amarrado", reforçou.

Confusão
A sessão da CPI do Pedágio também foi marcada por um tumulto, envolvendo cinco manifestantes do movimento Por Amor a Londrina, que protestavam contra as altas tarifas de pedágio. O presidente da CPI chegou a suspender a sessão por alguns minutos. Enquanto o secretário prestava esclarecimentos, dois manifestantes eram tirados a força do Plenarinho. Uma mulher, que integrava o grupo, chegou a desmaiar.
Após tentarem interromper a fala de Pepe Richa, os manifestantes foram orientados pelo presidente da CPI a não se pronunciarem durante a oitiva. Em protesto, eles fecharam a boca com fita adesiva. Seguranças da AL foram até o local e o tumulto começou. A manifestante que desmaiou foi atendida pela equipe médica e, depois que a sessão foi retomada, ela voltou junto com os demais membros do grupo para acompanhar a oitiva.