Sindicato acusa o vereador Boca Aberta de "grosseria, truculência e desrespeito" contra os plantonistas da Unidade de Pronto Atendimento
Sindicato acusa o vereador Boca Aberta de "grosseria, truculência e desrespeito" contra os plantonistas da Unidade de Pronto Atendimento | Foto: Fernando Cremonez/CML



A Mesa Executiva da Câmara de Vereadores de Londrina recebeu nessa quinta-feira (12), do Sindicato dos Médicos do Norte do Paraná (Sindmed), um pedido para que o vereador Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta, seja investigado pela Comissão de Ética por suposta "grosseria, truculência e desrespeito" contra plantonistas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do Jardim do Sol. A confusão ocorreu no último dia 5, por volta das 21 horas e só acabou de madrugada, no 4° distrito policial, com o registro do boletim de ocorrência. Na última noite de quarta (11) para quinta-feira (12) houve nova confusão que acabou na delegacia.
Segundo o Sindmed, Boca Aberta utilizou o pretexto de fiscalizar o funcionamento do local e "causou transtornos ao atendimento aos pacientes" com uma "ação midiática". O presidente do Sindicato, Alberto Toshio Oba, que solicitou a reunião na Câmara, afirmou que o objetivo é "pedir que esse tipo de incursão seja coibido". "Sabemos que o vereador tem a função de fiscalizar, mas da maneira como está sendo realizada provoca insegurança muito grande nos profissionais. Uma médica, inclusive, procurou psiquiatra, pediu afastamento e outros nem querem ir trabalhar", alegou Oba.
Boca Aberta, que deverá ser ouvido nesta sexta-feira (13) pela Mesa, concedeu entrevista coletiva logo após o presidente do sindicato e negou agressões verbais aos médicos na sua "blitz da saúde". Com a escala de médicos em mãos, disse que "no papel ela funciona que é uma beleza, mas na prática, não funciona". "Quero deixar claro o meu respeito aos médicos e enfermeiros, mas em toda profissão tem os malas e na saúde não é diferente, tem 2% que não trabalha e que está dizendo que agi com grosseria", declarou o parlamentar.
No boletim de ocorrência, Boca Aberta diz ter constatado que três dos quatro médicos escalados estavam "dormindo em seu plantão" e que a agressão teria partido de uma médica, com um tapa no celular do filho do vereador.
Toshio Oba negou que o Sindmed tenha recebido denúncias de irregularidades nos plantões. "É importante separar o joio do trigo, quem é bom tem que ser valorizado e quem é mau, tem que ser fiscalizado, com as medidas cabíveis", disse o médico, explicando que essa fiscalização é feita pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).
O presidente da Câmara, Mario Takahashi (PV), explicou que o caso envolvendo o vereador Boca Aberta somente chegará à Comissão de Ética, como querem os médicos, depois da análise da Procuradoria Jurídica. "Só depois do parecer jurídico vamos saber se os documentos protocolados têm os requisitos para serem levados adiante. Se o parecer for positivo, a Comissão de Ética, a ser montada no dia 2 de fevereiro, terá competência para analisar a questão do mérito."
O secretário municipal de Saúde, Luiz Soares Khoury, também participou da reunião, junto com os médicos plantonistas.