Cerca de 300 pessoas subiram a Avenida Higienópolis em protesto que teve pauta diversificada
Cerca de 300 pessoas subiram a Avenida Higienópolis em protesto que teve pauta diversificada | Foto: Ricardo Chicarelli



Mesmo debaixo do sol forte, o movimento Marcha Londrina realizou um ato ontem à tarde, a partir da rotatória das Avenidas Higienópolis e Juscelino Kubitschek. Cerca de 300 manifestantes saíram pelas ruas em apoio à Operação Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro.

Em outras cidades brasileiras também houve protestos. Segundo o coordenador da Marcha Londrina João Victor Custódio Nery, o ato é movido por uma série de reivindicações.

"Queremos uma reforma política", disse ele, ao afirmar que não havia expectativa de público. "Sabíamos que a adesão seria menor. As pessoas ainda estão acomodadas", aponta. O protesto foi convocado pelas redes sociais.

Na pauta do movimento está o fim do foro privilegiado e a manutenção da prisão depois de julgamento em segunda instância. Eles também se mantêm contra o voto com lista fechada, o aumento do fundo partidário, anistia a políticos e partidos, e apoiam a Lava Jato e a "Escola sem Partido".

Os manifestantes subiram a Avenida Higienópolis e atravessaram o Calçadão até chegar à Praça da Bandeira. Muitos carregavam a bandeira do Brasil e cartazes de apoio ao juiz Sérgio Moro. Em um deles, Moro aparece vestido de Super-Homem.

A funcionária pública aposentada Leonice Medeiros contou que participa de todos os protestos pois é "contra toda a corrupção que está acontecendo no País", e avalia que é preciso mais incentivo. "As pessoas estão desmotivadas. Todo mundo tem que apoiar esses movimentos", respondeu.

Eliel Aparecido Ribeiro, segurança privado, disse que também estava fazendo sua parte. "Há dois anos comecei a me interessar por política e hoje estou aqui, contra anistia ao caixa 2 e o fim da lista do voto fechado", completou.

Essa foi a primeira manifestação no ano, dos movimentos Nas Ruas, Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem pra Rua, que protagonizaram em 2015 e 2016, os protestos de impeachment da ex-presidente Dilma Rouseff (PT).

SÃO PAULO
Sete meses depois do impeachment, os grupos que organizaram as manifestações pelo afastamento da petista voltam neste domingo (26) às ruas. Em ao menos 90 cidades brasileiras, os ativistas levantaram bandeiras como o fim do foro privilegiado, o repúdio à proposta de lista fechada nas eleições e o apoio à Operação Lava Jato. A maioria dos movimentos faz críticas ao uso de recursos públicos em campanhas eleitorais e ao aumento do Fundo Partidário. Com exceção do Vem Pra Rua, também apoiam a revogação do Estatuto do Desarmamento.

Os protestos ocorrem duas semanas depois das manifestações contra a reforma da Previdência, organizadas por centrais sindicais e entidades ligadas a movimentos sociais, que levaram milhares às ruas em 17 Estados, nas quais foram ouvidos gritos de "fora, Temer".

Para os organizadores, os atos deste domingo não são um contraponto aos de 15 de março. "Não estou preocupado em levar mais pessoas do que no ato contra a reforma da Previdência. Estou preocupado em levar essas pautas para as ruas e deixar a população consciente com o que está acontecendo", disse o empresário Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua em São Paulo.

Partidos e políticos que em 2015 disputaram a atenção dos grupos e até participaram de atos desta vez ficaram de longe. "PT, PSDB, PMDB e DEM, me parece, convergem para a lista fechada e para o financiamento público (de campanha). Convergem para fatos que visam à própria sobrevivência e à manutenção de privilégios", afirmou Chequer.

Em Curitiba, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato dominaram os cartazes na manifestação que começou às 14h30, na Praça Santos Andrade. Gritos de "Moro, Moro" foram ouvidos e cartazes com frases como "Lava Jato, salvação do Brasil" e "A Lava Jato tem que continuar" foram trazidos por manifestantes.

"É uma volta às ruas", diz Cristiano Roger, coordenador do Curitiba contra a Corrupção, um dos movimentos que participa do ato.

manifestação em favor da Lava Jato e contra a corrupção em Curitiba, segundo a Polícia Militar.
No Rio de Janeiro, o ato chegou ao fim por volta das 13 horas e teve pouca adesão se comparado a outros protestos organizados pelos mesmos grupos.

Manifestantes não darão estimativa de público. A Polícia Militar do Rio não divulga números de participantes em protestos. Adriana Balthazar, coordenadora do Vem Pra Rua no Rio, reconhece que o protesto foi menor do que anteriores. "Esses movimentos são cíclicos. No ano passado, a pauta era uma, o impeachment, agora são várias, então as pessoas ficam mais perdidas."