Imagem ilustrativa da imagem Londrinenses apoiam a Lava Jato em manifestação na Gleba Palhano
| Foto: Luis Fernando Wiltemburg



Londrinenses foram às ruas na tarde deste domingo (4), com o objetivo de apoiar a Lava Jato em protesto na rotatória da avenida Ayrton Senna da Silva, na Gleba Palhano, em Londrina. Por volta das 15h, londrinenses vestindo verde e amarelo se reuniram no local, com a presença do Pixuleco, o boneco inflável, que representa o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva vestido de presidiário.

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| Foto: Luis Fernando Wiltemburg



Um evento no Facebook foi organizado Londrina nas Ruas com apoio do Movimento Brasil Livre (MBL). As pautas são: fim do foro privilegiado, rejeição às mudanças no pacote de medidas contra a corrupção, contra a lei de abuso de autoridade (PLS280), apoio à PEC 55 (Teto de gastos), apoio à Lava Jato, não à reeleição de Rodrigo Maia, Lula e Renan [Calheiros] na cadeia. Cerca de 180 pessoas confirmaram presença e 142 demonstraram interesse.

Por volta das 16h, os manifestantes cantaram o hino nacional. Muitos cartazes com os dizeres "Fora, Renan" e "Renan traidor" foram vistos durante o protesto.

Segundo estimativa do MBL, cerca de 3 mil pessoas participaram da manifestação em Londrina.


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| Foto: Mariana Franco Ramos




8 mil em Curitiba

Curitiba - Mais de oito mil pessoas, conforme a Polícia Militar (PM), participaram do protesto em Curitiba neste domingo (4) contra as mudanças no pacote anticorrupção. Os manifestantes começaram a chegar à sede da Justiça Federal do Paraná (JFPR), no bairro Ahú, por volta das 15 horas, e permaneceram até o final da tarde. O local é considerado emblemático, por ser onde trabalha o juiz federal Sergio Moro, responsável por julgar os processos da Lava Jato em primeira instância. Para os organizadores, porém, o público ultrapassou 50 mil. Além da capital paranaense, aconteceram atos parecidos em outros 12 Estados e no Distrito Federal.

O principal alvo das vaias e sátiras foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Mas os participantes também criticaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) e o atual, Michel Temer (PMDB-SP). Muitos carregaram cartazes de apoio a Moro e aos procuradores da força-tarefa da operação. Do alto do caminhão de som, um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), Eder Borges, falou que a mobilização na capital paranaense foi a segunda maior do País em adesão, atrás apenas da que ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo. Borges puxou coros de "viva Sergio Moro" e "a nossa bandeira jamais será vermelha".

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Edson Luiz Campagnolo, recebeu agradecimentos, por ter ajudado a financiar o ato. Na avaliação do empresário, a "República de Curitiba" está cumprindo com o seu dever. "A Justiça Federal que merece uma salva de palmas. Precisamos de juízes, promotores e policiais federais independentes e responsáveis; de outros Moros e Deltans, para que nosso Brasil seja passado a limpo. A resposta das ruas é fundamental. Temos hoje 13 milhões de desempregados e gente que não vai ter condições de levar alimentos para as mesas no Natal e no Ano Novo", discursou.

Membro do Movimento Curitiba Contra a Corrupção e do Movimento Popular de Fiscalização Política, Narli Resende afirmou que participa das mobilizações desde 2011. "A gente colheu assinaturas, a favor das dez medidas, e está revoltado, porque o pessoal lá em Brasília simplesmente ignorou a vontade popular e descaracterizou o projeto. Então, nós vamos brigar até eles voltarem ao original". O projeto de lei 4850/2016, com diversas emendas, foi aprovado na semana passada pela Câmara, devendo passar ainda pelo Senado.

A arquiteta Lilian Grossman chegou à sede da JFPR com o marido. Ela contou à reportagem que sempre vai às ruas, mas que não integra nenhuma entidade. "Todas as pessoas estão revoltadas com essa situação, esse excesso absurdo de corrupção e os políticos tentando atuar contra as dez medidas, para salvarem a própria pele (...) Tem que dar um grande apoio à Lava Jato, aprovar o fim do foro privilegiado, para ter rapidez com a Justiça, porque os corruptos se escondem atrás de processos que demoram anos no Supremo".

Renúncia coletiva

Na quarta-feira (30), membros da força-tarefa da Lava Jato ameaçaram abandonar os trabalhos se o abuso de autoridade entrar em vigor. A matéria lista situações em que magistrados poderão ser processados, com pena de seis meses a dois anos de reclusão. "Nós somos funcionários públicos, temos uma carreira do Estado, e não estaremos mais protegidos pela lei. Se acusarmos, poderemos ser acusados. Nós podemos responder inclusive pelo nosso patrimônio (…) Nossa proposta é de renunciar coletivamente caso essa proposta venha a ser sancionada pelo presidente", disse o procurador Carlos dos Santos Lima.

Além dessa questão, os parlamentares alteraram outros pontos-chave do PL, como a criminalização do enriquecimento ilícito e a criação do "reportante do bem", figura que receberia recompensa por denunciar ilegalidades no setor público. A Câmara também excluiu o trecho relativo ao acordo penal, onde a sanção poderia ser negociada e aceita pelo autor do delito, e tirou todas as regras sobre celebração de acordo de leniência. Rejeitou, ainda, o aumento do prazo de prescrição dos crimes e a ideia de passar a contá-los a partir do oferecimento da denúncia, ao invés da data do seu recebimento.

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| Foto: Mariana Franco Ramos



Protestos em mais de 200 cidades

De acordo com o movimento Vem pra Rua, há protestos marcados em mais de 200 cidades. Em evento criado no Facebook, mais de 130 mil pessoas haviam confirmado presença até este domingo.

Dois dos principais alvos dos protestos que ocorrem neste domingo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a Câmara dos Deputados divulgaram nota defendendo legitimidade das manifestações e afirmando respeitar os atos.

Segundo Renan Calheiros, o Senado Federal continua "permeável e sensível às demandas sociais". No comunicado, Renan lembra dos atos de 2013, quando milhões de pessoas foram às ruas. S e, segundo ele, os senadores votaram 40 propostas contra a corrupção em menos de 20 dias, "entre elas a que agrava o crime de corrupção e o caracteriza como hediondo", afirmou.

Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, divulgou uma nota em nome da instituição classificando os protestos como legítimos e democráticos. "Manifestações desse tipo, em caráter pacífico e ordeiro, servem para oxigenar nossa jovem democracia e fortalecem o compromisso do Poder Legislativo com o debate democrático e transparente de ideias", escreveu. (Com informações da Agência Brasil)