Curitiba - Lideranças políticas e empresariais do Paraná têm se reunido nas últimas semanas com o intuito de buscar estratégias que convençam a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de que é possível "salvar" a Sercomtel, empresa de telefonia de Londrina. A autarquia deu um prazo que, em tese, se encerra nesta quarta-feira (23), para que a empresa apresente um plano de recuperação de suas finanças.

"O grande objetivo é conseguir mais credibilidade para postergar essa caducidade e, aí sim, a gente reerguer a companhia. A situação é de extrema preocupação para a sociedade londrinense", afirmou o deputado estadual Tiago Amaral (PSB).

O parlamentar participou ontem de uma reunião com diretores da Copel [Companhia Paranaense de Energia], que detém 45% das ações da Sercomtel, e da Prefeitura de Londrina (atualmente com 55%). Se a resposta da agência reguladora for negativa, a empresa, cujos balanços financeiros têm sido negativos há alguns anos, poderia continuar operando banda larga e telefonia celular, serviços para os quais detém autorização, mas não mais a telefonia fixa.

"Existe um consenso de que pelo menos o passivo da Sercomtel chega a R$ 300 milhões. Se não for dada uma solução, esse passivo fica para os dois sócios", contou Amaral. "Ou seja, automaticamente a cidade teria de custear no minimo R$ 150 milhões de dívida, tirando recursos necessários ao investimento em pavimentação asfáltica, na melhoria da saúde publica e assim por diante", completou.

De acordo com o deputado, entre as ações possíveis está a renegociação das dividas tributária, de R$ 100 milhões, junto ao governo do Estado, que é basicamente de ICMS, trabalhistas e ainda com fornecedores. "Vamos apoiar a contratação de uma consultoria de renome, que vai fazer a análise mercadológica, levantando potencialidades da companhia. A ideia é que a Anatel conceda um prazo maior, para que a Sercomtel volte a ser viável."