Curitiba - O candidato à Prefeitura de Curitiba Rafael Greca (PMN) deu uma declaração preconceituosa na noite desta quinta-feira (22), durante sabatina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e do jornal "Bem Paraná". Questionado sobre quais seriam suas propostas para a população em situação de rua, ele disparou: "eu nunca cuidei dos pobres. Eu não sou São Francisco de Assis. Até porque a primeira vez que tentei carregar um pobre e por dentro do meu carro eu vomitei por causa do cheiro".



Ao responder a uma pergunta de um professor da instituição, Greca começou falando sobre o Papa Francisco e o enfrentamento à crise. "Ela gera um risco muito grande, sobretudo pros mais pobres. Os governos têm que centrar a sua atenção no resgate social e no apoio aos mais pobres, para sim superarem a crise. Sua santidade fez um albergue semelhante à FAS SOS [programa da Fundação de Ação Social, entidade do município que faz a gestão da política de assistência], junto aos muros do Vaticano (…)", destacou.

Leia mais:

Ibope: Valter Orsi dispara e Marcelo Belinati cai 7 pontos

A fala que gerou repercussão veio logo após ele lembrar que coordenou, durante 20 anos, a Casa dos Pobres São João Batista, na capital paranaense. "Era um homem muito sujo. Quando cheguei no albergue, a freira me disse: 'lavo o doutor primeiro ou ele?'" Ainda segundo Greca, trata-se de gente "despossuída, que só tem vergonha de voltar para casa e [que] se tiver uma boa roupa e uma carteira de identidade volta".

Procurada nesta sexta-feira (23), a assessoria de imprensa de Greca enviou uma nota na qual ele pede perdão pelas palavras. "Não tive a capacidade de explicar a dificuldade que vivi ao tentar realizar o trabalho de resgate social na minha juventude. Mais uma vez, descontextualizam o que falo para tentar enganar as pessoas.

Ontem, durante a Sabatina na PUC, ao exaltar o difícil trabalho dos educadores sociais e das irmãs de caridade, comentei sobre o quão difícil é essa missão. Com sinceridade disse que não tenho a capacidade desses profissionais para o resgate, mas que acima de tudo, admiro, respeito, faço e farei o possível e impossível para mudar o quadro de abandono nas ruas. Peço que me perdoem pela falta de clareza do discurso. Não me interpretem mal."