A Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) está vendendo 20 terrenos para pagar dívida de R$ 1,12 milhão referente à diferença na desapropriação feita no ano de 2002, numa área de 85 mil m² na Gleba Lindoia, zona leste, atual bairro Monte Cristo. Esta é a primeira vez que a atual gestão coloca imóveis à venda e, segundo a companhia, os imóveis selecionados para a alienação têm entre 200 m² e 786 m² e ficam isolados no meio de diversos bairros. Na última terça-feira, data da abertura dos envelopes, apenas quatro terrenos foram vendidos, rendendo R$ 299 mil aos cofres.
Embora a arrecadação nesta primeira etapa seja insuficiente para saldar a indenização determinada pela Justiça no caso da desapropriação, o diretor financeiro da Cohab, Claudemir Vilalta, afirmou que vai retomar a concorrência pública. Ele não descartou a abertura de novas licitações para a alienação de outros imóveis. "São cerca de 100 terrenos, alguns bem maiores que podem ser colocados à venda." Segundo a assessoria jurídica da companhia, o prazo para o pagamento da dívida já venceu em janeiro, mas existe a esperança de autorização judicial para pagamento parcelado, com 30% à vista. Se a proposta não for aceita, o pagamento deve ser integral, sob o risco de ter bens penhorados.
Vilalta explicou que os terrenos listados na concorrência são inviáveis para novos empreendimentos e a manutenção deles, com a roçagem e capina, gera custos desnecessários. "Acabaram ficando no meio dos bairros, sem finalidade. Não é interessante para um projeto habitacional." Vilalta informou que o procedimento licitatório, quando iniciado, era visto como uma fonte de recursos para o "fluxo de caixa da Cohab", mas a sentença judicial transitou em julgado, prevalecendo a indenização aos antigos proprietários da área desapropriada, determinada pela 8ª Vara Cível de Londrina. "Agora o foco é pagar a dívida", disse o diretor.

Mesmo depois das medidas saneadoras adotadas no ano passado, a companhia de habitação enfrenta deficit mensal de R$ 20 mil (antes era de R$ 200 mil)

A Cohab ainda paga mensalmente à Caixa Econômica Federal R$ 1 milhão em financiamento contraído na década de 1990

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