Brasília - O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Herman Benjamin, determinou nessa quinta-feira (13) a quebra de sigilo bancário de três gráficas que prestaram serviço à campanha de 2014 da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente Michel Temer. A medida alcançará a Rede Seg Gráfica e Editora, a VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior e a Focal Confecção e Comunicação. Uma perícia realizada pelo tribunal em agosto identificou que essas empresas não apresentaram a documentação necessária para comprovar que prestaram os serviços para os quais foram contratadas. A decisão de Benjamin, relator das ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer, se estende ao proprietários das gráficas, entre eles Vivaldo Silva Dias, que constam como dono da Rede Seg.

Conforme o jornal "Folha de S.Paulo" revelou em julho do ano passado, Dias é motorista e seu salário era de R$ 1.490 até 2013. A gráfica da qual ele seria proprietário não tinha nenhum funcionário em 2015 e recebeu R$ 6 milhões da campanha investigada. Já a VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda foi remunerada em R$ 22,9 milhões, supostamente, para prestar serviços de publicidade e fornecer materiais impressos. Há indícios de que a gráfica seria uma empresa de fachada e sem estrutura para oferecer os serviços contratados. A Focal, a segunda na empresa na lista da melhor pagas pela campanha, recebeu R$ 24 milhões e também teria um motorista como controlador.

Agora, o relator pediu acesso às movimentações financeiras das gráficas referentes ao período de 1º de julho de 2014 a 30 de junho do ano passado, ou seja, antes, durante e após as eleições de 2014.