Imagem ilustrativa da imagem Força-tarefa devolve R$ 653,9 milhões desviados da Petrobras
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil



Curitiba - A força-tarefa da Lava Jato oficializou ontem a devolução de R$ 653,9 milhões aos cofres da Petrobras. O montante foi recuperado por meio de acordos de colaboração e de leniência com empresas como Odebrecht, Braskem, Camargo Corrêa, Carioca Engenharia e Andrade Gutierrez durante as investigações da Operação, iniciadas em março de 2014. A cerimônia aconteceu na sede do Ministério Público Federal (MPF) na manhã desta quinta-feira (7), em Curitiba, e contou com a presença do presidente da estatal, Pedro Pullen Parente, além de representantes da Polícia Federal, da Receita Federal, da Justiça Federal do Paraná (JFPR) e da organização não governamental Transparência Internacional (TI).

De acordo com o MPF, essa foi a maior devolução registrada no País por uma investigação criminal. Desde o início da Lava Jato, já foram transferidos R$ 1,47 bilhão à companhia petrolífera, que teriam sido desviados no megaesquema de corrupção. Os repasses anteriores totalizaram R$ 821,6 milhões. Ainda assim, conforme a procuradora-chefe do MPF, Paula Cristina Conti Thá, o valor representa apenas 13% dos R$ 10,8 bilhões previstos nos 163 acordos de colaboração e dez de leniência celebrados perante a 13ª Vara Federal Criminal da capital paranaense, berço da Operação, e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Esse dinheiro representa quase 20% do que foi apontado em nosso balanço como desvios", completou Parente. "A Lava Jato é apenas uma das inúmeras operações policiais que expõem o quadro de corrupção sistêmica do País. Possibilita que a população abra os olhos e veja que esse é o principal problema que assola o Brasil . É preciso reduzir a motivação, a oportunidade para aqueles que praticam atos de corrupção, além de fortalecer os mecanismos de controle legal", opinou o delegado da Polícia Federal Felipe Hayashi.

Para o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, o dia de hoje foi simbólico não só para as instituições envolvidas, mas para toda a sociedade brasileira. "Só alcançamos esse resultado graças a um trabalho conjunto incessante e diuturno, em finais de semana, inclusive, que supriu as vulnerabilidades individuais (...) Tudo isso é fundamental para que a sujeira não seja varrida para dentro do tapete. Não tenho dúvidas de que os corruptos não representam a Petrobras", afirmou.