Ex-governador deixa apartamento na capital do Estado na terceira prisão autorizada pela Justiça
Ex-governador deixa apartamento na capital do Estado na terceira prisão autorizada pela Justiça | Foto: Ernani Ogata/Código 19/Estadão Conteúdo

Caso Rádio Patrulha (11 de setembro de 2018)

A operação que prendeu o ex-governador Beto Richa pela primeira vez foi deflagrada pelo Gaeco. Além de Richa, foram presos a esposa de Richa, Fernanda Richa; o irmão dele, Pepe Richa, e Luiz Abi Antoun, primo dele que reside em Londrina.

A prisão de Richa no período eleitoral atingiu em cheio sua campanha ao Senado em 2018, e o ex-governador tucano terminou a disputa em sexto lugar.

A investigação apura supostas irregularidades no programa Patrulha do Campo destinado à conservação e manutenção de estradas rurais do Paraná. A denúncia cita os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e fraude a licitação. Segundo o MP do Paraná, o intuito foi beneficiar três empresas numa licitação de R$ 72 milhões que teria sido fraudada. A porcentagem prometida como propina pelos empresários foi de 8% sobre o total bruto, o que ultrapassaria R$ 8 milhões.

Período detido

Na sexta-feira (12), o juiz Fernando Fischer reverteu a decisão de prisão temporária em preventiva, que não tem data para soltura. Poucas horas depois, o ministro do STF, Gilmar Mendes, concedeu a soltura dele e de outros envolvidos alegando "notório abuso de poder" nas prisões.O ex-governador saiu do Regimento de Polícia Montada, em Curitiba, na madrugada de sábado (15).

Caso Lava Jato ( 25 de janeiro de 2019)

A pedido da força-tarefa da Lava Jato, a 23ª Vara Federal de Curitiba concedeu mandato de prisão do ex-governador Beto Richa e do seu contador Dirceu Pupo Ferreira. De acordo com as investigações do MPF (Ministério Público Federal), o ex-governador foi beneficiário de, pelo menos, R$ 2,7 milhões em propinas pagas em espécie pelas concessionárias de pedágio do Paraná e por outras empresas que mantinham interesses no governo.

Segundo os procuradores, há evidências de que parte do dinheiro (R$ 142 mil) foi lavada mediante depósitos feitos diretamente em favor da empresa Ocaporã Administradora de Bens, que era controlada pela família.

O MPF entendeu que ambos tentaram obstruir as investigações. O caso, batizado por Operação Integração, apura o esquema que desviou R$ 8,4 bilhões por meio do aumento de tarifas de pedágio do Anel de Integração, e de obras rodoviárias não executadas. Outros R$ 35 milhões de propina estão nos cálculos.

Período detido

Uma semana. Na sexta-feira, 1º de fevereiro, o ex-governador saiu do complexo médico penal em Pinhas (Região Metropolitana de Curitiba) sem falar com a imprensa. A decisão foi concedida na quinta, 31 de janeiro, pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio Noronha.

Caso Quadro Negro (19 de março de 2019)

Pela segunda vez, o ex-governador do Paraná é acusado de obstruir as investigações pelo Ministério Público do Paraná. A operação Quadro Negro foi iniciada em 2015 e apura desvios de R$ 20 milhões da construção e reforma de escolas públicas do Paraná. Segundo a denúncia, as fraudes foram cometidas em aditivos de obras fechados com a Construtora Valor, de Eduardo Lopes de Souza, autorizados pela administração pública.

De acordo com o MP, a Secretaria de Estado da Educação, produzia relatórios fraudulentos sobre as obras nas escolas estaduais investigadas. Os documentos informavam que as obras estavam em andamento adiantado, entretanto, em muitos casos, mal haviam saído do papel.

O ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação Maurício Fanini, amigo de longa data do ex-governador, é um dos delatores do esquema.