O projeto de lei (PL) do governo Marcelo Belinati (PP) que restringe o passe livre para estudantes de ensino fundamental, médio e da educação de jovens e adultos ou de nível superior, desde que comprovem a necessidade da gratuidade integral, deverá enfrentar resistência. Conforme mostrou a FOLHA na edição desta quarta-feira (17), parlamentares reeleitos que ajudaram a aprovar a proposta de gratuidade irrestrita na gestão de Alexandre Kireeff (PSD) não estão inteiramente convencidos da revogação da medida. Agora, as próprias empresas concessionárias do transporte coletivo em Londrina já admitem pleitear reajuste na tarifa caso haja uma provável redução no subsídio pago município pela gratuidade.

Em nota enviada à imprensa o Metrolon (Sindicato das Empresas de Transportes Urbano e Metropolitano de Londrina) informa que vai "questionar oficialmente a Prefeitura Municipal de Londrina sobre o projeto de lei que prevê o fim do passe livre aos estudantes". Segundo o Metrolon, "como nos cálculos para a tarifa de 2017 estão contemplados os estudantes subsidiados, se houver a redução do subsídio, a tarifa deve ser automaticamente reajustada para não comprometer o equilíbrio econômico-financeiro do sistema de transporte municipal".

O sindicato das empresas alega ainda que os "cálculos para apuração da tarifa levam em conta os custos e a receita prevista para cobrir esses custos. Cortar o subsídio e diminuir a receita do sistema é fazer com que a receita não seja suficiente para cobrir os custos." O Metrolon aponta ainda uma suposta queda média mensal de 7% no número de passageiros transportados.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina informou ontem que o Executivo não se manifestaria até receber um comunicado oficial do Metrolon.

O PL 108, protocolado na terça-feira (16) na Câmara, deve ser despachado na sessão desta quinta-feira (18) para às comissões técnicas do Legislativo para análise e parecer.