Imagem ilustrativa da imagem Em resposta a pesquisa, Belinati reafirma discurso de debater medidas impopulares
| Foto: Saulo Ohara/02-01-2017
"Londrina precisa voltar a pensar grande e, para tudo isso acontecer, precisamos equacionar as finanças da prefeitura", afirmou o prefeito Marcelo Belinati, ao defender a revisão da PVG que deverá causar aumento no IPTU



Mesmo com leve queda em sua popularidade, o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), considerou positivo o resultado da pesquisa feita pelo Instituto Multicultural em parceria com a FOLHA e Rádio Paiquerê AM, publicada na edição de quinta-feira (20) da Folha de Londrina. Belinati teve 53,5% de aprovação e 38,5% de reprovação, após 200 dias de governo, índices menores do que os registrados na pesquisa dos 100 dias (55,0% e 33,0%). Já o índice de confiança recuou de 60,5 % para 55,0%. A pesquisa, feita entre 15 e 17 de julho, ouviu 602 moradores das áreas urbana e rural e tem intervalo de confiança de 95%.

"Neste momento político nacional esse índice de aprovação nos chama muito atenção, fico agradecido e pretendo retribuir a população com muito trabalho", disse o prefeito, aparentando satisfação.

Belinati disse que nestes 200 dias tem atendido a comunidade e se concentrado em cortar gastos, em fazer um diagnóstico completo da cidade e em problemas antigos e estruturais, reafirmando que irá discutir amplamente até mesmo as medidas impopulares, como os projetos de atualização da PGV (Planta Genérica de Valores) que deverá causar o aumento do IPTU e o que restringe o passe livre para alguns estudantes.

"Esse debate quem vai fazer sou eu. Londrina precisa voltar a pensar grande e, para tudo isso acontecer, precisamos equacionar as finanças da prefeitura", salientou Belinati. "A cidade tem que fazer esse debate, em relação ao IPTU tem inúmeras distorções, são 16 anos sem fazer esse reajuste, tem gente que paga mais que deveria e outros menos."

Para o cientista político e professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Ronaldo Baltar, é natural que nessa situação de crise nacional o prefeito não tome nenhuma medida mais impactante, principalmente por conta do desiquilíbrio financeiro. Mesmo assim, avalia que é preciso que Belinati faça uma discussão mais "autêntica" com a população. "O prefeito tem deixado a desejar em relação às ações com a comunidade e audiências públicas. Falta envolvimento maior da população nessa discussão."

Sobre o prefeito não aparecer muito em redes sociais ou para a comunidade, Baltar acredita que pode ser algum tipo de estratégia. "Quando o prefeito aparece muito para comunidade pode gerar compromissos, expectativas que o prefeito talvez não tenha condições ou não queira assumir agora. Justamente da forma que o prefeito foi eleito (em primeiro turno) esperava-se que chamasse a população para participar mais, mostrar alternativas", completou.

IMAGEM DA CÂMARA
O presidente de Câmara Municipal de Londrina, vereador Mario Takahashi (PV), vê com naturalidade a aprovação de apenas 4,5% dos entrevistados pela pesquisa; 40% consideraram a imagem da Câmara negativa e para 51,5% a imagem é "a mesma de sempre, não mudou nada". "Eu faço uma análise histórica, temos que observar que poucos londrinenses se interessam pelo que se passa na Câmara, é um porcentual muito pequeno que participa."

Takahashi voltou a culpar a cobertura da imprensa, que privilegiaria assuntos polêmicos. "Sempre que um assunto dessa natureza aparece acaba ganhando cobertura da mídia e ganhando repercussão da opinião pública", disse o vereador.

GOVERNADOR
O ex-prefeito Alexandre Kireeff (Podemos) recebeu com surpresa o resultado da pesquisa estimulada onde apareceu em primeiro lugar na intenção de votos dos londrinenses para governador do Paraná. "Eu fiquei positivamente surpreso até porque eu nunca me coloquei como pré-candidato ao cargo. Fico satisfeito porque todos os outros pré-candidatos são nomes fortes na disputa pelo cargo."

Na pesquisa do Instituto Multicultural, Kireeff apareceu com 26% à frente do secretário de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior (PSD), com 23,5%, do ex-senador Osmar Dias (PDT), com 14% e do senador Roberto Requião (PMDB) com 4,5% das intenções de voto.

A mesma pesquisa também mostrou a percepção dos eleitores londrinenses em relação aos governos estadual e federal. A reprovação de Beto Richa (PSDB) subiu de 62,5% em abril para 68,5% em julho. Já o presidente Michel Temer (PMDB) está com 86% de rejeição entre os londrinenses. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Governo do Estado informou que Richa não comentaria a pesquisa.