Imagem ilustrativa da imagem 'Dilma paga o preço do crime de responsabilidade'
| Foto: Mariana Franco Ramos
"A (Operação) Lava Jato está mostrando que o dinheiro do Petrolão foi utilizado nas eleições", afirmou Marina, que foi a Curitiba apoiar a candidatura do deputado estadual Requião Filho (PMDB) à prefeitura da capital



Curitiba - A ex-senadora Marina Silva (Rede) voltou a se posicionar favoravelmente ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Em entrevista exclusiva à FOLHA na noite dessa quinta-feira (25), ela disse que a petista cometeu um crime de responsabilidade. "Agora estão pagando o preço por esse crime e por tantas outras irregularidades, por não terem apresentado um programa para ganhar as eleições e por terem levado o nosso país a essa situação que estamos hoje, de profunda crise econômica, de profunda crise política e, principalmente, de profunda crise de valores", afirmou.
Marina garantiu que, seja qual for o resultado da votação no Senado, a Rede seguirá apoiando, por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a cassação integral da chapa formada por Dilma e pelo presidente interino Michel Temer (PMDB), como forma de ser coerente com o que está acontecendo hoje. "A (Operação) Lava Jato está mostrando que o dinheiro do Petrolão foi utilizado nas eleições. É fundamental que o TSE tenha sentido de urgência para que a gente possa dar uma resposta à altura e mostrar que o crime eleitoral não compensa", opinou.
A porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade desembarcou por volta das 19h40 no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba). Em seguida, participou do lançamento oficial da candidatura do deputado estadual Requião Filho (PMDB) à prefeitura da capital, na Sociedade Thalia. O peemedebista tem como vice o vereador Jorge Bernardi (Rede).
Questionada sobre a composição das alianças em âmbito municipal, Marina argumentou que o critério da sigla não é "puramente partidário". "A maioria dos partidos são partidos tradicionais e com muitos problemas. O nosso critério é o programa, o compromisso assumido com o programa e a vida das pessoas. Com certeza o Requiãozinho é tão novo, a vida dele está começando agora e é bom que tenha esse bom começo em ajudar a melhorar a qualidade da política. Eu historicamente sempre tive uma relação de muito respeito com o senador (Roberto) Requião (PMDB), com quem trabalhei durante muitos anos no Senado Federal", contou, em referência ao pai do parlamentar.
Marina não quis, por outro lado, comentar a expectativa em torno do próximo pleito presidencial, em 2018. Além dela, figuram entre os favoritos na disputa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB). "A gente não mistura esse momento difícil com a discussão puramente eleitoral. Aliás, o que levou o Brasil para esse crise foi que as pessoas, ao invés de pensarem em projeto de nação, só pensam em projeto de eleição", despistou.
Hoje, ela concede uma coletiva de imprensa, às 9h30, e depois vai a Ponta Grossa (Campos Gerais), prestigiar a chapa encabeçada por Aliel Machado (Rede) e formada também por Elizeu Chociai (PTN). O evento acontece a partir das 19 horas, no Espaço Ponta Grossa. Essa é a primeira campanha da Rede como partido homologado no TSE. Em 2014, como não conseguiu se viabilizar a tempo, a ex-ministra do Meio Ambiente concorreu à Presidência da República pelo PSB.