Curitiba - Apesar do fatiamento do "pacotaço anticrise" e da sinalização de que recuará em alguns pontos polêmicos, o Executivo não terá vida fácil no plenário da Assembleia Legislativa (AL). Deputados da oposição, da bancada independente e mesmo da base aliada ao governador Beto Richa (PSDB) ainda tecem críticas ao conteúdo das seis propostas. Felipe Francischini (SD) ficou irritado ontem quando o líder da situação, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), rejeitou seu substitutivo ao texto 433/2016, que trata do Conselho de Contribuintes e Recursos Fiscais. Ele pretendia corrigir questões que considera inconstitucionais.
"Parece que foi feito um acordo do qual não participei, de se aprovar todos os projetos na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), para que a discussão vá a plenário. No entanto, esse não era o objetivo do fatiamento (…) Eu realmente me revoltei ao ver esse jogo de cena que mais parece uma peça de teatro, na qual a gente não representa a população e representa parece que os nossos interesses."
Autor de quatro pedido de vistas na CCJ, Nereu Moura (PMDB) falou que é preciso analisar as mensagens com mais profundidade. "Não vamos votar no atropelo. É muito ruim que uma matéria de grande envergadura e repercussão na vida do povo do Paraná tramite em regime de urgência." Para Tercílio Turini (PPS), vender ações de empresas, mesmo só da Sanepar, é vender patrimônio público. "O governo deveria fazer o caminho contrário: comprar ações, já que a água é tão importante para a qualidade de vida da população." (M.F.R.)