São Paulo - Em junho de 1998, Lula fez uma gravíssima acusação: disse que o então presidente Fernando Henrique Cardoso tinha privatizado a Telebrás para arrecadar recursos ao caixa 2 de sua campanha à reeleição. O petista nunca comprovou a acusação. No mesmo mês, Lula e o PT entraram com representação contra FHC e o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Por anos, Eduardo Jorge foi acusado pelo partido e pelo procurador Luiz Francisco de Souza - de quem depois se comprovaria que era filiado ao PT - até ser inocentado pela Justiça.
Em 8 de julho de 1999, sem nenhuma eleição à vista, Lula anunciou que o PT definira duas agendas para o segundo semestre daquele ano: uma era ''investir tudo'' numa CPI para investigar a privatização da Telebrás; outra era tentar novamente instaurar um processo de impeachment contra FHC. Lula foi questionado se a ação política do PT não se resumia a atos radicais. ''Mais grave é a incapacidade do presidente de tomar decisões'', respondeu.
Em outubro de 1999, ao discursar para sem-terra em Brasília, Lula pediu a renúncia de FHC - e a eleição seguinte só viria 36 meses depois. A seu lado, José Dirceu, presidente do partido, anunciou uma série de manifestações contra o governo, que culminariam com uma greve geral nacional em novembro. Em março e em julho de 2000, o PT voltaria a ingressar com novas denúncias para requerer o impeachment de FHC. (AE)