A Comissão Processante (CP) da Centronic deve fazer sua reunião oficial de instalação na próxima segunda-feira, 7 de maio. A partir desta data começa a ser contado o prazo de 90 dias. Na primeira reunião, os vereadores pretendem pedir a defesa prévia do prefeito Barbosa Neto (PDT), para ser enviada no prazo máximo de dez dias. A defesa prévia será confrontada com os documentos colhidos pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Centronic. Entre outras irregularidades, a CEI da Centronic apontou - após analisar holerites e dados do INSS - que dois vigias que eram pagos com dinheiro público trabalharam na rádio particular do prefeito.
Se realmente for instalada na próxima segunda-feira, até o dia 4 de agosto o prefeito deverá ser julgado na Câmara por suposta infração político-administrativa - que pode levar à cassação do seu mandato ou ao arquivamento do caso.
Ontem pela manhã, durante a tradicional entrevista semanal à imprensa, Barbosa Neto disse não temer o fato de a CP ser formada exclusivamente por vereadores da oposição, definidos por sorteio. ''Porque fui eu quem pedi a abertura da CP. E a gente não pediu por nenhuma jogada política, ou por estratégia.'' Depois, o pedetista afirmou que a Câmara ''é livre para escolher'', mas que espera que não seja ''um tribunal de inquisição''. ''Não podemos permitir que haja um linchamento público. É uma grande injustiça essa CP, mas quem não deve não teme.''
Sobre especificamente o objeto da investigação da CP, Barbosa reforçou que há provas da sua inocência. ''Essa empresa Centronic também prestou e presta serviços a diversas outras empresas na cidade. E, eventualmente, um vigia que esteja trabalhando em algum órgão da prefeitura pode ter feito esse trabalho em outras empresas. Porque a prefeitura não contrata a pessoa, contrata o serviço.''