Curitiba - A continuidade das greves dos professores e dos policiais civis não deve mudar a tramitação da proposta que revoga a data-base dos servidores públicos. Mesmo se dizendo "frustrado", o líder do governo na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, Luiz Claudio Romanelli (PSB), disse ontem que a emenda 43 à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 segue suspensa até 30 de novembro. A partir desta data, porém, a expectativa é de que os deputados aprovem o texto alterado.
Na semana passada, o Fórum das Entidades Sindicais (FES) e o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), costuraram um acordo para dar fim às paralisações. O Executivo ficou de retirar a proposta de pauta e abrir uma mesa de negociação, desde que os trabalhadores voltassem ao trabalho. A maioria dos funcionários públicos, contudo, votou por dar prosseguimento ao movimento grevista. "Para nós, do ponto de vista prático, o resultado não muda nada. Não vamos antecipar a votação", assegurou Romanelli.
Segundo o parlamentar, cabe ao FES, agora, fazer um novo debate para retomar o diálogo com o governo. "Foi feita uma construção. O governo recuou, retirando o artigo 33 [da emenda, justamente o que cancelava o reajuste]. A previsão do chefe da Casa Civil era que um ofício viesse hoje [ontem] às 15 horas para a Assembleia. Mas infelizmente a decisão dos servidores foi outra", disse.
Para o presidente da APP-Sindicato, que representa os professores, Hermes Leão, o resultado da assembleia foi uma resposta à falta de credibilidade da gestão Beto Richa (PSDB). "É um governo que já vinha rompendo compromissos anteriores", justificou. Ele reiterou que está à disposição para o diálogo e jogou a responsabilidade para o Executivo. "Reconhecemos que é um período de crise financeira e orçamentária. No entanto, temos sustentado a partir de estudos técnicos a possibilidade de manter os direitos, inclusive a data-base, que também é dívida", argumentou.