Moradores do Jardim Higienópolis foram à Câmara pedir apoio ao projeto, mas não conseguiram sensibilizar os vereadores membros da Comissão de Justiça
Moradores do Jardim Higienópolis foram à Câmara pedir apoio ao projeto, mas não conseguiram sensibilizar os vereadores membros da Comissão de Justiça | Foto: Guilherme Marconi



A Comissão de Justiça da Câmara Municipal de Londrina rejeitou nessa segunda-feira (11) o projeto de lei que pretendia proibir a comercialização de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis. O debate contou com a presença de donos de estabelecimentos e moradores do Jardim Higienópolis favoráveis à matéria e revoltados com os transtornos causados com a concentração de jovens consumindo bebidas vendidas por um posto de combustível naquela região, principalmente aos finais de semana.

O autor do projeto, vereador Jairo Tamura (PR), disse que irá recorrer da decisão e reapresentar projeto em plenário. "Hoje o lobby foi maior que o interesse público", ressaltou o vereador ao elencar a importância da matéria para tentar diminuir o consumo de álcool por motoristas e por jovens no entorno de postos de combustíveis.

Atualmente, a legislação municipal proíbe o consumo dentro desses estabelecimentos, mas não resolve problemas como os enfrentados pela professora Vera Portela que foi à Câmara pedir apoio ao vereadores para a apreciação da matéria. "Onde tem bebida as coisas fogem do controle. Aquilo virou um 'point' com muito barulho, violência, sujeira de latas e garrafas e cheiro forte de urina", disse a moradora do Jardim Higienópolis. Ela disse ainda que apesar de vários pedidos na Polícia Militar e no Ministério Público a questão nunca foi resolvida. "Queremos que pelo menos se estabeleça um horário porque esse transtorno vai até altas horas da madrugada e a polícia já não nos atende mais por conta do grande número de reclamações."

Sandro Zanchet, que é dono do posto de combustível apelidado de "kotovelos", rebateu as críticas e se manifestou contrário ao projeto. "Perto de 90% dos nossos clientes compram bebida ali e consomem em casa, não temos como fazer o controle do entorno." Ele sugere que o foco do debate seja outro: "Essa proibição levaria a fechar todas as lojas de conveniência de Londrina, não só do meu negócio. O ideal seria proibir o consumo em locais públicos, conforme acontece nos Estados Unidos".

Durante o debate, o líder do Executivo, Péricles Deliberador (PSC), informou que o prefeito Marcelo Belinati (PP) deve enviar em outubro um outro projeto para ampliar essa discussão com a intenção de proibir o consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos.

Os cinco membros da Comissão de Justiça que rejeitaram a matéria são: Filipe Barros (PRB), Ailton Nantes (PP), Amauri Cardoso (PSDB), Jamil Janene (PP) e Gerson Araujo (PSDB).