Curitiba - A sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) do Paraná, em Curitiba, e algumas unidades da Polícia Militar (PM), ficaram impossibilitadas de fazer ligações por telefone fixo durante todo o dia de ontem. O motivo seria o atraso no pagamento da conta telefônica. Procurada pela FOLHA, a assessoria de imprensa da Sesp informou que o serviço já estava sendo restabelecido. Já a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), responsável pelos pagamentos das contas, explicou, por meio de nota, que os desembolsos do Tesouro do Estado estão sendo reavaliados em razão da troca no comando do órgão. "Em função disso, e também das dificuldades de fluxo de caixa (principalmente pela redução de repasses federais, com perdas que somam R$ 1,5 bilhão/ano, e o bloqueio dos pedidos de financiamento feitos pelo Paraná), alguns fornecedores deixaram de receber pagamentos do Estado", diz trecho do documento.
Conforme o Executivo, os serviços foram quitados ainda ontem. "A Secretaria da Administração e da Previdência vai convocar todos os fornecedores que têm contrato com o Estado e estão com créditos a receber para, junto com a Secretaria da Fazenda, estabelecer um cronograma para liquidar pendências em todas as áreas da administração estadual", completa a nota. A estimativa do governo é de que nas próximas duas semanas a situação esteja equalizada.

Repercussão

O caso repercutiu também na Assembleia Legislativa (AL). O líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), disse que o Estado enfrenta de fato problemas financeiros, no entanto, garantiu que a situação é momentânea. "Não quero de forma alguma tapar o sol com a peneira. Estamos diante de toda essa problemática no País, de dificuldade de repasse dos recursos a que temos direito e corte de receitas, mas a solução acontecerá rapidamente", afirmou.
Segundo ele, o Paraná tem sofrido retaliações por parte do governo federal, o que contribuiu para diminuir a arrecadação, ao mesmo tempo em que cresceram as despesas, sobretudo com pessoal. Em relação às denúncias de que viaturas da PM estariam sem combustível, ele informou que a informação "não procede". "Os veículos estão sendo abastecidos sem nenhuma dificuldade. Um ou outro talvez tenha problema e noticiam como se fosse algo generalizado."
Já o líder do PT, deputado Tadeu Veneri, falou que o governo atual conseguiu "quebrar o Estado". "O corte dos telefones é mais um passo de um processo já recorrente. Não são condições pontuais. Há problemas com a alimentação dos presos, que não é adequada nem suficiente, e de contratos honrados, como o dos combustíveis. O Estado está numa situação extremamente difícil, devido a uma política equivocada", criticou.