"O aprendizado contribuiu muito para que eu pudesse me capacitar e exercer a função no Executivo", discursou Chico Brasileiro que assumirá a Prefeitura de Foz no dia 1º
"O aprendizado contribuiu muito para que eu pudesse me capacitar e exercer a função no Executivo", discursou Chico Brasileiro que assumirá a Prefeitura de Foz no dia 1º | Foto: Noemi Froes/Alep


Curitiba – Eleito prefeito de Foz do Iguaçu (Oeste) em pleito suplementar realizado no dia 2 de abril, o deputado estadual Chico Brasileiro (PSD) confirmou nessa terça-feira (25) que entregará hoje sua carta renunciando ao mandato na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná. Com isso, quem assumirá a vaga é o delegado Rubens Recalcatti (PSD), que é réu por um assassinato ocorrido na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) há pouco menos de dois anos. A posse de Chico acontece no feriado de 1º de maio. Já a de Recalcatti, na AL, no dia seguinte.

"Vou fazer a minha despedida sabendo que foi de uma riqueza extraordinária esse mandato. O aprendizado contribuiu muito para que eu pudesse me capacitar e exercer a função no Executivo. Tenho uma avaliação positiva como pessoa e do Parlamento, que é a Casa do antagônico, dos diferentes, onde a sociedade se expressa e os debates ocorrem", avaliou o novo prefeito. O presidente da AL, Ademar Traiano (PSDB), disse que formalizará o troca-troca imediatamente após receber o documento.

O tucano comemorou a ampliação da bancada de apoio ao governador Beto Richa (PSDB), de mais de 30 membros (a depender da votação). Tanto Chico como Paranhos (PSC), que tomou posse em Cascavel (Oeste), eram considerados "independentes". "Lógico que o Recalcatti vem com esse objetivo [ser base aliada]. Quando você está na véspera de um processo eleitoral, é muito natural (…) A vida do deputado é atrelada à vida dos prefeitos do interior. Ele precisa viabilizar recursos para os municípios e não há outro caminho a não ser estar próximo do governo", admitiu Traiano.

POLÊMICA
O delegado é acusado de ter matado um suspeito em Rio Branco do Sul, em 28 de abril de 2015, e chegou a ser preso duas vezes durante as investigações. Ele e outros oito homens, sendo sete investigadores de polícia e mais Mauro Sidnei do Rosário, que não integra a corporação, respondem pelos crimes de crimes de homicídio triplamente qualificado, fraude processual e diversos abusos de autoridade. A suspeita é de que teriam executado Ricardo Geffer, na cidade da RMC, em um suposto confronto com a Polícia Civil.

A vítima teria participado, alguns dias antes, em uma quadra de futebol, do assassinato do ex-prefeito do município (mandato 1997-2000) João Dirceu Nazzari, que era primo de Recalcatti. Um funcionário de Nazzari também morreu. Os autores dos disparos estavam encapuzados e não foram identificados. O parlamentar nega as acusações e critica o que chama de atuação espetaculosa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público (MP) e responsável pela Operação Aquiles.

"Quando eu fui denunciado, jogaram (as informações do processo) ao público como se eu fosse um bandido. Sociedade, eu não sou isso. Eu não matei ninguém. Eu não cometi nenhuma fraude processual, sociedade", afirmou em fevereiro de 2016, logo após ser colocado em liberdade. O delegado recebeu 40.358 votos em 2014, dez a menos que o número suficiente para se eleger diretamente pela coligação do PSD.