Cawboy Sem Limite, Batatinha Express, Palhaça Dita estão entre os nomes inéditos que disputam uma das cadeiras da Câmara de Londrina
Cawboy Sem Limite, Batatinha Express, Palhaça Dita estão entre os nomes inéditos que disputam uma das cadeiras da Câmara de Londrina | Foto: Arquivo/CML


Para se destacar na acirrada disputa por uma vaga nas Câmaras Municipais, muitos candidatos a vereador liberam a criatividade e recorrem ao exótico e até ao grotesco na hora de decidir sobre o "nome de urna". Também há aqueles que pedem o registro na Justiça Eleitoral com apelidos ou expressões que pouco significam para a maioria do eleitorado, acreditando, entretanto, na relevância para as pessoas com as quais convivem no seu bairro, clube ou local de trabalho.

Se o inusitado somasse pontos em campanha eleitoral, o Cawboy Sem Limite e o Batatinha Express iriam longe. Também entre os concorrentes de Londrina estão o Tatu de Guaravera, a Indinha, a Palhaça Dita, o Palhaço Sorvetinho, Gil Carroceiro e o Obreiro Edmundo. São 342 candidatos a vereador que apresentaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o pedido de registro para as eleições deste ano, como o Betinho Cadeirante e a Isabel Lopes Cadeirante, além do Beto das Cadeiras. O Paulo Boi Soberano e o Sebinho estão na luta por uma das 19 cadeiras do Legislativo.

A reportagem identificou que 12 professores se utilizaram da profissão para o "nome de urna". São três pastores e três "da reciclagem", fazendo alusão ao trabalho nas suas comunidades. Expandindo a busca para outras cidade do interior do Estado, é possível encontrar em Abatiá (Norte Pioneiro) o Bernabé, o Birigui, o Fião e o Caboclão. Na cidade de Bandeirantes (Norte Pioneiro), os eleitores terão entre as suas opções para a Câmara Municipal o Babão, a Fia, o Pelezinho da Ambulância e o Lukao Superman. Em Curitiba, onde há mais de mil candidatos, estão o Luiz com Z, a Katia dos Animais de Rua, Marcos Cavalheiro Solidário e Pirulito Cowboy.

Mas em campanha política, a criatividade aguçada não é suficiente para garantir a vitória. A observação é o professor de marketing eleitoral e comunicação política, Carlos Manhanelli. "Se o candidato tem um apelido desde a infância, algo que já se tornou uma identidade, e possuiu liderança naquele meio em que convive, é válido e vai ajudá-lo. Mas se é um nome inventado apenas para despertar a atenção, poderá ocorrer efeito inverso e denegrir a imagem do pretendente", afirmou o professor, que está assessorando mais de 40 candidatos em campanhas eleitorais pelo País nestas eleições. "Ontem mesmo, fui procurado pelo Batman, querendo algumas orientações. Primeiro era preciso saber se o Robin votaria nele!", brincou Manhanelli.

O especialista citou um caso de sucesso, nas últimas eleições municipais, na cidade de Ibirá (SP), cujo vencedor da disputa pela prefeitura, Nivaldo Domingos Negrão, se aproveitou do apelido que lhe dá uma identificação forte com o eleitorado local. "Ele foi para a campanha como Biscoito, pediu voto com a alcunha pela qual era conhecido na cidade desde criança, venceu, assumiu o cargo e continua sendo o prefeito Biscoito", lembrou Manhanelli. "O candidato precisa ter em mente o seguinte: se inventa algo que ele não é, já começou a mentir para o eleitorado ainda na campanha e claramente isso não é bom", alertou.

A relação com todos os candidatos que pediram registro junto ao TSE para as eleições 2016 está disponível no portal www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-2016.