Cargos comissionados no governo, combate à corrupção e transparência e críticas a atual administração do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) foram os temas mais recorrentes e polêmicos no debate realizado ontem pela manhã na Universidade Estadual de Londrina pelo Sindicato dos Servidores da UEL (Assuel) e APP/Sindicato, entidade que representa os professores do Estado.
Com a presença dos oito candidatos e um plateia de estudantes e professores, os candidatos mais aplaudidos foram Paulo Silva (PSol) e Odarlone Orente (PT), com ideias mais à esquerda e os que teceram as críticas mais ácidas ao neoliberalismo, evocaram o "Fora Temer" e "Fora Beto Richa", o tratamento violento dispensado pelo governo tucano em abril do ano passado, durante a votação de projeto que alterava regras previdenciárias dos servidores.
Mesmo sendo do partido do governador, Valter Orsi (PSDB) não chegou a ser vaiado ao firmar posições sobre a importância dos empresários para geração de emprego e renda. "O que sangra esse País não é ideologia; é a roubalheira do dinheiro público", afirmou, fazendo referência ao período em que encabeçou o movimento pela cassação do ex-prefeito Antonio Belinati (PP). Acabou criticado pelos candidatos Luciano Odebrechet (PMN) e Odarlone porque não teria demonstrado o mesmo vigor no recente escândalo de corrupção na Receita Estadual, que envolve dezenas de auditores e centenas de empresários.
Sobre corrupção e transparência, Sandra Graça (PRB) comprometeu-se a manter a escolha do controlador-geral do município por escolha em lista tríplice. Questionado sobre isso, Marcelo Belinati (PP) não respondeu diretamente, mas afirmou que vai trabalhar em parceria com todos os órgãos de controle social, citando o Ministério Público de Londrina como "um dos mais atuantes do Brasil", o mesmo que se destacou mundialmente por investigar o caso AMA/Comurb, a partir de 2000, quando o tio Antonio Belinati era prefeito.
O pepista, ao questionar Luciano Odebrecht (PMN), defendeu a redução de comissionados, afirmando que a gestão atual gasta mais de R$ 70 milhões com os cargos em comissão. Odebrecht falou em "loteamento" na atual administração e disse que todos os vereadores indicaram pessoas para a "gestão técnica" do prefeito. Sandra, que é vereadora, obteve direito de resposta e disse em todos os 16 anos anos na Câmara, jamais fez qualquer indicação. Em seguida, discursou, afirmando que "Está na hora de rasgar a fantasia" porque os comissionados são uma necessidades e todos têm, citando como exemplo deputados, Ministério Público e UEL.
O segundo pedido de direito de resposta também teve relação com cargos comissionados. Orsi disse a Belinati que Maringá, cidade administrada pelo partido do pepista, tem muito mais ocupantes de cargos de livre nomeação do que Londrina. Belinati, sem se referir à situação da cidade do Noroeste, disse que os dados que revelava sobre Londrina provieram de informações oficiais.
André Trindade (PPS) falou sobre a necessidade de manter o passe livre para estudantes e a impossibilidade da educação em integral em razão da falta de recursos financeiros; Flávia Romagnoli (Rede) voltou a ressaltar questões sobre sustentabilidade, meio ambiente e desenvolvimento.