A Câmara de Bela Vista do Paraíso (Região Metropolitana de Londrina) abriu processo administrativo contra o ex-vereador Willian Ricardo Alves da Costa (DEM), de 28 anos. Willian do Dé, como é conhecido, é apontado pela Polícia Civil como um dos autores do assassinato de Lucas Henrique Ferraz dos Santos, 19 anos, em dezembro do ano passado. O Legislativo determinou a devolução imediata de R$ 900, usado para pagar três diárias em Curitiba, quando Willian alegou que iria visitar o deputado estadual Pedro Lupion (DEM) na Assembleia Legislativa.
De acordo com a polícia, a data solicitada para a suposta viagem até a capital tem ligação com os dias em que o ex-parlamentar esteve foragido. O delegado Ricardo Jorge, que conduz as investigações, suspeita que o ex-vereador e os outros comparsas estariam em Londrina e no interior do Mato Grosso do Sul nas mesmas datas solicitadas para as diárias. Para a Polícia Civil, não resta dúvida de que o dinheiro repassado foi usado para cobrir despesas gerais da quadrilha.
O presidente da Câmara de Bela Vista do Paraíso, Rondinele Deluci Meira (PROS), afirmou que como o ex-vereador permanece preso em Mundo Novo (MS), a mulher dele será notificada a ressarcir os cofres públicos. Após a notificação, ela terá 24 horas para apresentar a documentação do período em que supostamente o marido esteve em Curitiba e então devolver os R$ 900. Caso isso não aconteça, o departamento jurídico da Casa adiantou que vai ingressar com uma ação de cobrança na Justiça.

RELEMBRE O CASO
O corpo de Lucas Henrique foi encontrado no Rio Vermelho, que corta Bela Vista do Paraíso e Florestópolis, no dia 16 de dezembro de 2016. Ele foi visto pela última vez uma semana antes, na área central da cidade, próximo a um posto de combustíveis. Depoimentos coletados pelos investigadores junto a comerciantes e pedestres confirmaram a versão de que o jovem foi colocado em um carro por quatro rapazes e entre eles estaria o ex-vereador.
A prisão do grupo ocorreu no dia 18 de dezembro, após um trabalho realizado em parceria com a Polícia Civil sul-mato-grossense. Ao ser interrogado, Willian do Dé optou pelo silêncio e não forneceu mais detalhes do homicídio.