A Câmara de Vereadores de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro) instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta dos vereadores Bruno Magalhães (PV) e Rodrigo Marconsim (PCdoB). Segundo denúncia que chegou ao Legislativo, os dois teriam descumprido o que manda a Lei Orgânica do Município, e ocupado cargos de confiança no Executivo mesmo depois da diplomação. Se confirmada a falta, eles podem ter os mandatos cassados.
O presidente da Casa, Edimar Gomes (PSB), informou que o procedimento administrativo será conduzido pelo vereador Luiz Carlos Amâncio (PSDB) que terá, no máximo, 90 dias para apresentar relatório. O resultado vai embasar a abertura - ou não - de uma futura Comissão Parlamentar de Investigação (CPI). ''Vamos fazer tudo dentro da transparência.'' Conforme o presidente, ''recebi uma denúncia que alguns até dizem se tratar de grupo político, mas isso não importa, pois sou obrigado a abrir o procedimento''.
Paralelamente, Magalhães e Marconsim devem responder também a inquérito policial sobre suposta falsidade ideológica. A suspeita recai sobre a veracidade dos documentos que os vereadores apresentaram para comprovar que já haviam pedido exoneração na prefeitura antes da diplomação. O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo promotor de Justiça João Eduardo Fonseca. ''Ainda não temos prova se houve algum crime, mas se houve irregularidade, vai ser identificada.''
Bruno Magalhães negou qualquer ilegalidade, mas preferiu aguardar o início do procedimento na Câmara para responder oficialmente sobre o mérito da acusação. ''Nós já havíamos feito o pedido para que o Legislativo apure os fatos, temos interesse no esclarecimento de tudo isso.'' O advogado dele, Eduardo Franco, afirmou que ''o vereador vai responder com tranquilidade ao ser intimado''.
Marconsim também foi procurado pela FOLHA, mas não estava na Câmara e não retornou as ligações.