A Câmara de Vereadores de Cascavel deve abrir investigação contra o vereador Paulo Bebber (PR) por suposta cobrança de propina para garantir aprovação do projeto de lei que permite a construção de um condomínio residencial na cidade. A abertura de uma Comissão Processante (CP) foi cogitada na sessão de ontem à tarde, depois que o Ministério Público (MP) do Paraná confirmou investigação sobre o caso, com base numa gravação de áudio em que Bebber e um corretor de imóveis conversam sobre os possíveis valores para agilizar a tramitação da matéria.
O presidente da Câmara, Marcio Pacheco (PPL), cobrado pelos colegas pela repercussão negativa das acusações, disse, por meio da assessoria de imprensa, que a Casa tomará todas as providências necessárias "para garantir que a investigação seja feita, o mais rápido possível". Segundo o presidente, a abertura da CP exige a apresentação de denúncia escrita da infração que "poderá ser feita por qualquer eleitor, porém se o denunciante for vereador, ficará impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a comissão processante". Eleitores presentes na sessão de ontem mostraram disposição em formalizar a denúncia. A presidência também prometeu iniciar o processo de criação de uma Comissão de Ética e Disciplina no Legislativo.
A reportagem apurou junto à assessoria do promotor de Justiça Sergio Machado que a investigação contra Bebber foi instaurada na sexta-feira passada. Porém, a tramitação do mesmo projeto sobre o loteamento já é alvo de outra investigação sobre supostas irregularidades na realização de audiência pública. Bebber não esteve na sessão ontem e não foi localizado pela reportagem.