Imagem ilustrativa da imagem Câmara aprova instituição do Dia do Nascituro em Londrina
| Foto: Fernando Cremonez/CML


Com uma votação folgada - 17 a favor e abstenções de Daniele Ziober (PPS) e Rony Alves (PTB) -, a Câmara Municipal de Londrina aprovou, em segunda discussão, a inclusão do Dia do Nascituro no calendário oficial. O projeto, que foi protocolado há quase quatros anos pelos vereadores Tio Douglas, hoje na superintendência da Administração de Cemitérios e Serviços Funerários (Acesf), e Péricles Deliberador (PSC), passou pelo crivo de órgãos contrários e favoráveis e foi tema de uma conturbada audiência pública, realizada em março deste ano.

No espaço cedido para as falas em plenário, Filipe Barros (PRB) e Jamil Janene (PP) relembraram o evento (audiência) para tecer críticas aos opositores que, segundo os vereadores, não compareceram no dia da votação. "Ficou claro que o pedido para discussão foi meramente protelatório, ou seja, apenas serviu para atrasar o processo", disse Barros. "Esses movimentos defendem coisas que não estão na Bíblia, só pensam em bagunça e baderna. Não acrescentam nada para a cidade", disparou o pepista.

Barros citou uma possível "carteirada" de promotores que estiveram na audiência. Para Janene, "padres, pastores e demais líderes religiosos foram desrespeitados. Não queriam discutir o projeto, mas sim impor as ideias pessoais". Mesmo favorável, Amauri Cardoso (PSDB) parabenizou os dois lados pelo debate "desenvolvido ao longo de quatro anos, provando que estamos exercendo a verdadeira democracia, aquela que dá espaço ao contraditório".

Antes mesmo da deliberação, Daniele Ziober adiantou que iria se abster. Ela disse não concordar com o ensino do conteúdo, "meramente religioso", nas escolas. Para rebater a palavra da colega de Casa, Deliberador frisou que as instituições de ensino "poderão abordar, junto aos alunos, a questão do nascituro" e negou "que haja qualquer obrigação". Ziober, através de uma emenda, sugeriu a supressão de quatro artigos. A justificativa é de que a alteração "deixaria o assunto mais claro e objetivo".

Segundo a vereadora, "o Estado não deve se intrometer na educação moral e religiosa dos seus munícipes, cabendo a este (Estado), o ensino das matérias pertinentes à educação escolar". A Comissão de Justiça rejeitou a sugestão dada por Ziober. O texto, que permite a divulgação de eventos, palestras, seminários sobre o nascituro, agora segue para sanção ou veto do prefeito Marcelo Belinati (PP). A data escolhida para comemoração será o dia 8 de outubro.