Imagem ilustrativa da imagem 'Brasil não é paiseco', diz Temer em resposta a Dilma
| Foto: Lula Marques/AGPT
"Muitas vezes, são levados ao exterior dados que não coincidem com aquilo que está na Constituição e as pessoas lá fora imaginam que esse País é um paiseco", afirmou Michel Temer em resposta a Dilma Rousseff



Brasília - O presidente Michel Temer usou seu discurso na cerimônia de formatura dos novos diplomatas, nesta quinta-feira (20), para rebater críticas que a ex-presidente Dilma Rousseff tem feito ao governo em palestras no exterior. Dilma alega que foi vítima de um golpe para deixar o cargo. Sem citar a antecessora, que está em Washington, Temer destacou que a Constituição é cumprida, ao contrário do que se diz lá fora, como se o Brasil fosse "um paiseco".

"É aí é que a política externa tem papel a desempenhar nessa obra conjunta, que é recuperação do Brasil porque, muitas e muitas vezes, são levados ao exterior dados, fatos, informações que não coincidem com aquilo que está na Constituição Federal e as pessoas lá fora imaginam que esse País é um paiseco, que vai fazendo coisas sem aparo legal, sem amparo e Constituição", afirmou. Temer disse que poucos meses lhe restam de governo, menos de 20 meses, e há "muito o que fazer".

Na fala, de cerca de meia hora, Temer, ao se referir ao "conturbado cenário internacional", disse que ele está "se esgarçando" "a olhos vistos" e que "nós vivemos, na verdade, tempos de incerteza e de instabilidade". Na opinião dele, esses "focos de efervescência geopolítica não dão sinais de ceder".

No discurso, o presidente deu um recado sobre a nova orientação da política internacional de seu governo. Temer afirmou que os diplomatas têm de servir ao Brasil "acima de partidos e ideologia" e que os trabalhos serão conduzidos não por ideologia, "mas pelo interesse do País". O presidente os convocou a praticar uma "política externa universalista, sem preconceitos, que acredite, antes de tudo, na força transformadora do diálogo e do convencimento".

Para ele, é preciso "garantir lugar do Brasil no mundo em mutação". O presidente defendeu um "ativismo lúcido que não se deixa intimidar" e declarou que trabalha pela reativação do Mercosul e pela aproximação com a Aliança com o Pacífico.

"Precisamos de união", disse Temer, que falou que está também impulsionando as negociações econômicas entre o bloco da América do Sul e União Europeia como forma de inaugurar "novas frentes" de negócios.

INVESTIMENTOS
Em outro trecho do discurso, Temer voltou a criticar os governos petistas, mais uma vez sem citá-los, ao advertir que "avanços" econômicos tinham sido "colocados em xeque". "Depois do Plano Real, já não se toleram flertes com a inflação", avisou ele, ao salientar que o País "está voltando ao rumo" e que está "reconstruindo o caminho do desenvolvimento, com harmonia".

Para ele, "o Brasil tem pressa". Temer pediu aos novos diplomatas que em seus postos lá fora incentivem os demais países a fazer investimentos no Brasil, informando que aqui "estamos caminhando para um sistema de absoluta segurança jurídica".

APOIO TUCANO
Em discurso no mesmo evento, o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira(PSDB), disse que o governo peemedebista "recolocou o Palácio do Itamaraty" no centro da política externa brasileira.

Segundo ele, em um momento de crise econômica, o foco da política externa deve ser na recuperação do potencial produtivo e na ampliação dos negócios com parceiros comerciais.
"O mandamento é buscar integração econômica, política e social com os povos da América Latina", defendeu.

No início do seu discurso, o ministro afirmou que a presença do presidente no Palácio do Itamaraty no Dia do Diplomata ocorre "depois de um hiato de cinco anos", o que mostra que o país está retornando "à normalidade". (Com Folhapress)