Beto Richa também não adiantou se há possibilidade de isenção de dívidas da empresa londrinense com o Estado ou liberação de verbas para investimentos
Beto Richa também não adiantou se há possibilidade de isenção de dívidas da empresa londrinense com o Estado ou liberação de verbas para investimentos | Foto: Gustavo Carneiro



O governador Beto Richa (PSDB) não garantiu se irá disponibilizar recursos financeiros do Estado para evitar o fechamento da Sercomtel. "O que o governo puder fazer pela Sercomtel nós iremos fazer. O problema é planejamento, é gestão, para que possa fazer frente no mercado contra importantes companhias que têm maior escala, isso tudo gera uma dificuldade tremenda", disse nessa quarta-feira (18), em Londrina, após participar da Assembleia Geral de Convenção das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus do Paraná.

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Richa também não adiantou se há possibilidade de isenção de dívidas da empresa londrinense com o Estado ou liberação de verbas para investimentos por parte da Copel (Companhia Paranaense de Energia), sócia minoritária da Sercomtel com 45% das ações. "Isso tem que ser discutido. Não adianta um ou outro fato isolado, isso não vai salvar a empresa."

A resposta do governador ocorre um dia depois de o prefeito Marcelo Belinati (PP) se reunir com representantes de entidades londrinenses para tentar convocar a sociedade para pressionar os governos estadual e federal e evitar que a empresa sofra processo de caducidade aberto na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

AGENDA
No evento na Igreja Evangélica, Beto Richa discursou para plateia de fiéis ao lado do presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), da deputada estadual cantora Mara Lima (PSDB), do deputado Tiago Amaral (PSB) e do prefeito Marcelo Belinati (PP). O governador negou que a presença no evento faça parte de uma agenda como pré-candidato ao Senado. "Sou cristão, sempre frequentei as igrejas. Sempre que pude prestigiei eventos importantes como este para trazer meu abraço."

Sobre a candidatura ao Senado em 2018, se esquivou. "Talvez, eu fique até o final do governo, temos muitos investimentos em andamento. Hoje mesmo foram oito eventos no Palácio Iguaçu com muitos prefeitos", desconversou.

O governador também comentou sobre o decisão do Senado que devolveu o mandato de Aécio Neves (PSDB). "A Constituição é clara, qualquer parlamentar só pode ser afastado em flagrante delito de crime inafiançável e não era o caso, mas isso não o exime de responder ao fato", ressaltou Richa.

Entretanto, o governador considera que a permanência do senador mineiro na presidência do PSDB nacional está cada dia mais inviável. "Muito honestamente, nem ele tem mais esse interesse pelo que tenho ouvido", disse Richa, alegando que não está se envolvendo nas decisões da cúpula tucana. Uma ala da legenda defendeu ontem a saída definitiva de Aécio do comando partidário.

Quanto às denúncias da Quadro Negro, Richa foi enfático ao afirmar que não teme uma possível delação do ex-diretor Secretaria de Educação Paraná Maurício Fanini, preso em setembro na 3ª fase da Operação do Ministério Público sobre desvios em construções de escolas. "Eu não temo, como não temi do construtor da Valor que cometeu todos esses delitos... não tenho menor receio, só espero que qualquer acusação seja acompanhada de prova."

O governador reiterou que todas as medidas de investigação sobre o caso foram tomadas pelo atual governo. Ele disse ainda que todos os suspeitos foram demitidos e muitos foram presos. "Tudo que era possível fazer, foi feito, não poupamos ninguém, não houve omissão na averiguação em tornar pública essa situação."