Curitiba - O presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Fernando Ghignone, participa hoje de uma reunião para esclarecer aos deputados estaduais os pontos mais polêmicos do projeto de lei 115/2014, que aumenta o capital social da empresa de R$ 2,6 bilhões para R$ 4 bilhões. O encontro acontece às 10 horas, na Sala da Presidência da Assembleia Legislativa (AL), antes da votação da matéria em plenário.
A expectativa da oposição era de que Ghignone falasse durante a sessão, que começa às 14h30, no entanto, diante da negativa da base de apoio ao governador Beto Richa (PSDB), as bancadas chegaram a um meio termo. A proposta passará hoje em comissão geral, com o chamado "tratoraço", manobra pela qual os pareceres das demais comissões da Casa são dados na mesma hora. Ontem, Ghignone e Beto já estiveram com parlamentares aliados no Palácio Iguaçu, buscando "dirimir dúvidas" e aparar eventuais arestas.
O líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), justificou a pressa alegando que a administração estadual precisa sancionar o projeto até o dia 26 de março. "Temos prazos legais a serem cumpridos, até porque vamos ao mercado no início de maio. Há toda uma legislação que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) impõe."
O tucano voltou a negar que a operação tenha como propósito reforçar o caixa do Estado ou que irá acarretar no aumento da tarifa de água. "A oposição está divagando, fazendo papel de vidente, querendo estabelecer regra de mercado para 2017. Da parte do governo, não temos nenhuma manifestação nesse momento."
Para a bancada do PT, contudo, a votação é motivo de "preocupação gigantesca". "Não estamos fazendo um debate ideológico, sobre tamanho do Estado, se mínimo ou não. Trata-se de uma operação na Bolsa de Valores que poderá tirar das mãos do povo paranaense a Sanepar", disse o presidente estadual da sigla, Enio Verri.