Somente 24 dias após a criação da Comissão Processante (CP) da Centronic na Câmara de Londrina - quase um terço do prazo total da investigação -, os vereadores que compõem a comissão marcaram três dias de depoimentos, nos dias 4, 6 e 13 das próximas semanas. As datas foram definidas durante reunião na manhã de ontem.
A intenção dos vereadores é ouvir 13 pessoas, cinco indicadas pelo prefeito Barbosa Neto (PDT), a respeito da denúncia de que ele teria desviado dois vigias pagos com verba pública para trabalhar na rádio de sua família, o que caracterizaria infração político-administrativa. O nome das testemunhas não foram divulgados pela CP mas, informações extraoficiais apuradas pela reportagem indicam que o prefeito teria selecionado um representante da empresa de segurança Centronic, uma pessoa da Rádio Brasil Sul, um vigilante e duas servidoras municipais.
Os vereadores haviam convidado os três advogados indicados pelo prefeito na defesa prévia - entregue na última sexta-feira na Casa - a participarem da reunião de ontem de manhã, mas nenhum deles compareceu. ''Eles justificaram que teriam um curso na PUC, o que nos causou estranheza. Mesmo assim marcamos as oitivas e demos esses dias de prazo para que eles possam se organizar. Precisamos marcar porque nosso prazo é muito curto'', explicou o presidente da CP, vereador Roberto Kanashiro (PSDB). A CP tem 90 dias improrrogáveis para concluir a investigação.
Os vereadores Antenor Ribeiro (PSC), membro da CP, e Sandra Graça (PP), relatora, criticaram à tarde a ausência dos advogados na reunião no plenário da Câmara. O teor das críticas seria a demora em começar efetivamente as investigações, já que o prefeito tinha dez dias para entregar a defesa, mas pediu prorrogação de prazo. ''Não temos como começar os trabalhos sem a defesa do prefeito, e sem os advogados. Ficamos atados'', destacou Sandra.
A intenção da CP é ouvir de 4 a 5 pessoas por dia e o prefeito no final de todas as oitivas. ôPodemos excluir algum depoimento ou incluir um novo nome, dependendo do que os depoentes falarem", ressaltou Kanashiro. A CP tem até o dia 4 de agosto para indicar cassação do prefeito ou arquivamento do caso.