Gilmar Mendes
Senhor ministro Gilmar Mendes, data venia, quem lhe paga pela posição da qual usufrui no STF somos nós, cidadãos brasileiros, que somos obrigados, pela incompetência política e jurídica desse país, a consumir porcarias em todas as áreas, inclusive nos alimentos. Ao invés do excelentíssimo juiz (e não vai aqui qualquer ataque a sua pessoa nem aos seus méritos) criticar outro juiz - Sergio Moro -, que está honrando a defesa da população e que não se verga à lentidão das decisões demoradas e tantas vezes estapafúrdias do STF, como a libertação do goleiro Bruno, enquanto outros na mesma situação nem tiveram esse direito, o senhor deveria repensar afinal o que deseja: ser um luminar do Supremo, se tornar estrela de novela em horário nobre de grande emissora ou trabalhar a nosso favor, meros brasileirinhos, que desejamos crer em algo ou em algum poder constituído.
LUIZ EDGARD BUENO (escritor) - Londrina

Tudo dentro da lei?
Vejam a diferença de mentalidade do político de certos países e do brasileiro. Aqui, por mais que eles sejam delatados na Lava Jato, você já viu algum político brasileiro assumir que desviou dinheiro público? Ao contrário, dizem que fizeram tudo dentro da lei (isso já está virando piada). Em países como Japão e China, não existem tantos políticos "fajutos" como aqui. Se algum deles comete erros considerados graves, ou pede para sair ou é pressionado a deixar o cargo. E não existe aquela de que o sujeito é o "fulano de tal", por isso é "intocável". Quanto mais elevado o cargo, aí é que saem mais rápido, pois têm que dar exemplo à sociedade. E há outro detalhe importante: assumem publicamente o erro e pedem desculpas ao povo. Quando foi que vimos algum político brasileiro tomar uma atitude assim? Ao contrário: ficam no cargo "aprontando" com a proteção da classe. E ainda tentam inverter os valores, ludibriando a sociedade, como se fossem inocentes ou fosse correto o que fazem. Para não haver mais casos como mensalões, atos secretos, propinoduto da Petrobras, entre tantos outros, quem teria que mudar a mentalidade seria o eleitor (que tem a mesma do eleito). Vamos ver neste próximo ano eleitoral.
SWAMI VERONESI (músico) - Santo Antônio da Platina

Carne Fraca
O delegado responsável por esta operação deve ser demitido. Prejuízos enormes foram causados aos produtores, que terão de se sujeitar a preços menores. Trading que teve sua carne barrada terá que trazer de volta navios lotados ou vender sua carne a outros mercados a preço de banana para amenizar seu prejuízo. Centenas perderam emprego. Milhares de dólares foram gastos para dar explicações. Desvios de conduta devem ser investigados e punidos. Neste caso, exemplarmente, seja de fiscais ou empresas. Mas, diante do prejuízo causado, não é justo o responsável pela operação continuar a receber seu salário. Paga-se bem a um delegado da Polícia Federal porque no salário dele está embutido o custo do risco e da responsabilidade. O funcionário público correu o risco e perdeu; com tamanha irresponsabilidade, não merece o salário que recebe.
ILDO YUKIO MARUBAYASHI (agricultor) - Londrina

Festa em meio ao caos
Em um país onde aproximadamente 15 milhões de trabalhadores estão desempregados, e, se levarmos em conta que cada brasileiro sustenta mais três, chegamos a um lastimável total de 60 milhões de pessoas passando dificuldades, de repente programam um jogo da seleção em que o ingresso mais barato custa R$ 200, chegando absurdamente a R$ 1.000. No primeiro dia de venda de ingressos, 60% deles foram vendidos, e com certeza dos demais 40% não sobrará nenhum, pois a volúpia de compra é enorme. Programa-se um festival de rock com algumas bandas nacionais e outras tantas internacionais a um custo estratosférico de R$ 1.000 por pessoa só para adentrar o recinto, fora as despesas periféricas; segundo os organizadores, este evento seria sucesso absoluto de público e de renda. Numa situação calamitosa, em que a canalha rouba despudoradamente nosso dinheiro, como aponta a mídia todos os dias, as indústrias arrastando-se aos trancos e barrancos para se manter vivas enquanto outras tantas fecham suas portas, o povão fica fazendo festas homéricas ao invés de se reunir e mostrar para os políticos corruptos que já estamos exacerbados (para não usarmos um termo chulo). Fica nítida a expressão que foi atribuída a Charles de Gaulle: "Este país não é sério".
EDSON MEDARDO SCARCHETTI (bacharel em Teologia) - Figueiró dos Vinhos - Portugal

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