Calçadão
Eu não sou um saudosista reticente às mudanças. Mas, caminhando no Calçadão, fiquei triste ao constatar como aquele espaço - que foi o coração pulsante da cidade, com sua pavimentação em petit pavê que emulava cenários de outras cidades, mas que conferia uma personalidade única a Londrina, assim como seus quiosques e fachadas de lojas, bancos e o Ouro Verde - está em franca decadência. Tenho consciência de que o tempo mudou, não podendo me beneficiar da ignorância para demonstrar indignação. Apenas me entristeço ao ver que, aos poucos, a área central de uma cidade relativamente nova está perdendo seu viço, seu vigor. Após a sua reforma, esteticamente houve melhoras, sem dúvida, mas por outro lado houve a perda de sua identidade, que ficou estampada em nossa memória afetiva. Mas o pior é o descaso com a parte do Calçadão que fica entre a Rio de Janeiro e a Minas Gerais: por integrar o patrimônio público de Londrina, não pode sofrer descaracterizações; todavia, da forma como estão sendo feitas as manutenções, trafegar por aquela via é decepcionar-se com o cenário. Não é um fenômeno recente, infelizmente: a quantidade de portas fechadas para aluguel, assim como o final de atividades que eram tradicionais em nossa cidade demonstra a existência de uma crise financeira e econômica. Tenho consciência de que a Avenida Paraná não voltará a ser o que um dia foi, mas apenas expresso a minha frustração ao constatar que um ponto tão marcante para a minha infância, além de um elemento marcante para inúmeras pessoas que passaram por Londrina, está fadada ao esquecimento, tornando-se em "centro antigo" de uma cidade tão nova quanto a nossa.
SEBASTIÃO SEIJI TOKUNAGA (advogado) – Londrina

Morte de Teori
Nesse momento de tão grande consternação, de tão grande tristeza para os verdadeiros brasileiros, mais do que nunca se faz ouvir e ecoar por esse chão que não admite mais a corrupção e a bandidagem: "Disse o Senhor a Caim: 'Onde está Abel, seu irmão'? E ele respondeu: 'Não sei. Acaso sou eu guarda do meu irmão?'. Disse Deus: 'A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. Agora maldito és desde a terra, que abriu a sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão" (Genêsis, capítulo 4, versículos 9 a 11). E eu pergunto: Caim, onde está teu irmão Teori Zavascki, Eduardo Campos, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães e todos os outros irmãos teus? O sangue dos teus irmãos clama desde a terra por justiça.
LUIZ EDGARD BUENO (escritor) – Londrina

Confraria
Será que a Prefeitura de Londrina tornou-se uma confraria dos amigos do dinheiro do povo? Já dizia um ditado popular: "O que começa mal, termina pior". O episódio dos taxistas não é um caso isolado, existem inúmeros clandestinos na cidade: trabalham sem habite-se, alvarás, não pagam impostos, taxas etc. Por que a Câmara de Vereadores não constitui uma força-tarefa para apurar irregularidades? Não é função dos vereadores representar o povo e fiscalizar? Apenas como lembrança, afirmo que no Jardim Ideal, no final da Rua Tremembés, o buraco tomou conta da via, a UBS está caindo aos pedaços e tem matagal que esconde onça. Que tal diminuir a conversa, cafezinho e trabalhar? Afinal, para que servem os impostos que pagamos?
MOISÉS DOS SANTOS (entregador de gás) – Londrina

Boca fechada
Muitas têm sido as opiniões na FOLHA sobre a atuação do vereador de Londrina Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta. No meu entendimento, ele seria menos pior com a boca fechada.
LUIZ ALBERICO PIOTTO (servidor público) - Cambé

Pirâmide de ponta cabeça
O novo presidente do Sercomtel, empresário Luiz Carlos Adati, disse umas das falas mais importantes em sua posse, que administração pública deveria ouvir e aplicar. Os poderes ficaram sempre no topo da pirâmide, nunca se lembraram que seu sucesso depende da base. Se aproveitaram que a base é muito larga e lenta, e demoraram a descobrir que na ponta de cima da pirâmide é que acontece tudo de bom ou de ruim aqui na base. Os tempos mudaram e a nova tecnologia limpou em forma de vendaval a cortina de fumaça que sempre existiu entre a base e o cume. Pois é no cume que se fazem as grandes negociatas, mas é a base (contribuinte) que paga a conta. O prefeito Marcelo Belinati está começando a descobrir que fez um péssimo negócio trocando o conforto de deputado federal para ser prefeito, e começa a procurar culpados pela situação do município. Tem que tomar cuidado para não se empolgar e descobrir os responsáveis pela situação, pois se viajar no passado remoto poderá chegar em sua própria família!
SEBASTIAO CALMEZINI (comerciante) – Londrina

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