PEC 241
Os debates sobre a PEC 241, alimentados por ideologias e pela troca recente dos grupos políticos de situação e oposição, impedem a leitura correta e sem ruídos do real impacto dessa medida na economia do Brasil. A nação precisa decidir primeiro qual é seu desejo em termos de regime político administrativo e social: comunismo, socialismo ou capitalismo. Sem essa postura de forma transparente e consolidada, a economia fica numa gangorra e a situação fiscal melhora e piora, conforme o grupo político dominante. Temos exemplos claros de diversos matizes: Cuba, onde o comunismo fracassou; Venezuela, cujo socialismo ditatorial imposto pelo governo parece afundar a cada dia; a Alemanha com sua social democracia de bastante sucesso. O exemplo à necessidade da PEC, cuja aprovação pretende acabar com o deficit fiscal, é a Grécia. Esse país é muito semelhante ao nosso. Lá, um presidente elegeu-se prometendo romper com os organismos internacionais controladores do desempenho econômico mundial e terminou assinando acordos, duramente criticados, como forma de a longo prazo colocar seu país na linha. O capitalismo, nossa atual escolha, jamais fará investimentos para perder, e um país sem uma diretriz fiscal de médio prazo é um risco desnecessário aos investidores para os quais não faltarão oportunidades. Sem investimentos, adeus produção, empregos, receitas públicas tão necessárias à vida do Estado, inclusive para pagar os salários dos servidores. As cartas estão na mesa.
IZAIAS BITENCOURT MORAES (contador) - Londrina

Dificuldades comportamentais
Diante das eminentes decisões difíceis que tomam os governantes, a reação contrária é sempre o caminho mais curto para a negativa dos fatos. Quando temos as conquistas e as zonas de conforto afetadas, esse comportamento aflora em sua plenitude na minoria usufrutuária. Vejo isso no comportamento das classes envolvidas, nas medidas impopulares tomadas pelos governantes para sanear a crise que se instalou no País, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. Por outro lado, existem alguns detalhes que devem ser pontuados: direitos adquiridos devem ser respeitados ou restabelecidos com critérios judiciais. Outras medidas que estejam de acordo com a legislação vigente fazem parte do pacto do equilíbrio das contas públicas, devem ter a prioridade de sempre preservar empregos. Essas medidas ainda devem ser temporárias e/ou permanentes em alguns casos de aberração e abuso de poder em detrimento da maioria. Todas essas medidas teriam um facilitador, caso os governantes dessem o exemplo, iniciando o saneamento dentro de suas casas. Com certeza, a população e a sociedade em geral fariam um pacto pela recuperação da nação, mas como o Brasil intitula-se nação que resolve a maioria de seus problemas politicamente, e os políticos têm a tendência de corporativismo movido a voto, as classes trabalhadoras e a sociedade em geral procuram preservar-se no lema "salve-se quem puder", dificultando cada vez mais os ajustes necessários à economia. É compreensível a resistência da mudança em sua plenitude, mas as classes deveriam repensar e refletir em ser contra tudo e todos, pois nesse momento de transição necessária e imprescindível que passa a economia do País, a aceitação de um pacto nacional, mesmo com ajustes, seria a decisão de bom senso a ser tomada por todos.
YOCHIHARU OUTUKI (engenheiro agrônomo) - Itambaracá

Futuro dos jovens
Um amigo seu diz que o número do celular dele é igual à data do seu aniversário. Você irá relacionar seu amigo, seu aniversário, o celular dele e nunca mais esquecerá. Fazemos relacionamentos entre o que já sabemos e o que estamos aprendendo o tempo todo e, na maioria das vezes, inconscientemente. Por isto, quanto mais se sabe mais fácil é aprender. As pessoas mais simples que você conhece têm muita dificuldade em aprender por ter poucos conhecimentos gerais. Sei da necessidade de se economizar e reconheço que se economizaria muito, mas sacrificar o futuro dos nossos jovens é atrasar o progresso de nosso País.
ILDO YUKIO MARUBAYASHI (agricultor) – Londrina

Reforma no ensino médio
A situação de escolas ocupadas por alunos é algo que preocupa. O governo, por sua vez, deveria repensar em lançar medidas provisórias (MPs) que não permitem qualquer amplo debate sobre alteração no ensino médio. Docentes, alunos, pais e a sociedade precisam debater o assunto. Em um estado de liberdade de direito deveria ser assim, sem serem obrigados a engolir as indigestas e antidemocráticas MPs!
CÉLIO BORBA (artista plástico) - Curitiba

Jogo da estratégia
Enquanto funcionários públicos e a população procuram descobrir o destino e finalidade da paralisação iniciada no dia 17/10, de outro lado, se buscam meios para desviar o verdadeiro foco de tal causa. A razão de um motivo provoca reação contraditória e manipuladora para se posicionar ao verdadeiro foco almejado. Servidores públicos procuram fazer valer promessas feitas que correm o risco de serem esquecidas. Contraproposta, o impedimento da realização de aulas é a "ocupação das salas de aulas". Qual o verdadeiro motivo de tantos desentendimentos? Será que um acordo honesto sanaria tudo isso? Pensemos.
ALGMIRO SANT'ANA (acadêmico de enfermagem) – Londrina

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