Burocracia x progresso
Muitas são as causas que atrapalham o progresso e o crescimento de uma cidade. Obter um alvará de construção ou um habite-se junto à Prefeitura de Londrina/Secretaria de Obras é algo desestimulante. Falo como engenheiro - prestador de serviços - que a tramitação é longa e burocratizada ao extremo. As taxas são de primeiro mundo, mas os serviços são de terceiro mundo. Demorar em média 4 meses para um alvará de construção ou um habite-se de obra concluída é algo que afronta a inteligência humana. Assisto frequentemente queixas e desistências de amigos e clientes. Os servidores públicos não se colocam como parceiros dos contribuintes e se esquecem de onde vem a sustentação da máquina pública. O normal seria estimular e facilitar investimentos na construção civil para desenvolver uma cadeia da maior importância, que gera impostos e divisas, progresso e desenvolvimento, empregos e consumo. E isto, é tarefa para o gestor público, incluídos desde os servidores até os governantes. O país avança à noite enquanto o poder público dorme, daí tantas obras clandestinas. Por que Londrina, maior cidade do interior do Estado, não copia Campinas (SP) que contratou consultoria e sancionou lei do Executivo que permite emissão de alvará no mesmo dia da entrada do pedido e dá responsabilidade a quem de direito: os responsáveis técnicos, pois cabe ao município a fiscalização e não criar dificuldades? Por que os servidores não cumprem horário comercial de turnos como os demais, já que a demanda não é atendida? Esperamos soluções dos gestores e engenheiros que comporão a nova administração!
ÉRICO TOMASETTI (engenheiro civil) – Londrina

‘PEC das Regalias Políticas’
A PEC 241, a reforma trabalhista, a reforma previdenciária, a MP 746, propostas por esse governo Temer representam um flagrante ataque aos direitos sociais e educacionais de parcelas da sociedade, excluindo-se as camadas abastadas da população que vivem felizes em suas mansões e carrões. Uma condição material inacessível à maioria dos brasileiros, uma condição que é fruto da má distribuição de renda, de uma estrutura social e agrária injusta e flagrantemente cumulativa. Parodiando João Dória: "Algum dia, quem sabe, todos os brasileiros vão poder usar polo Ralph Lauren". Por isso, que o governo Temer deve acatar a sugestão que pulula nas redes sociais, já que demonstra estar disposto a implementar reformas. Seria oportuno já que conta com o aval de grande parte da Câmara dos Deputados e quiça senadores, tudo resolvido num delicioso jantar às custas é claro do erário. Promova-se também uma reforma das regalias políticas. Sim, uma "PEC das Regalias Políticas" nas três esferas de governo: federal, estadual, municipal. Seria uma demonstração coerente com o pretenso discurso de contenção dos gastos públicos e retomada do crescimento econômico. Na esteira, um vigoroso combate à corrupção que grassa pelo País desde o Império. A punição de políticos corruptos? Confisco de tudo que amealharam em suas vidas públicas, que de pública não tem nada! PEC das regalias políticas, o sr. estaria disposto a enfrentar excelentíssimo presidente Michel Temer? A resposta parece óbvia.
GLAUCIA MARIA SIRIGATO (servidora pública) – Londrina

Chega!
A que ponto chegamos de sermos ludibriados por tanto tempo! Os políticos de Brasília, nesse tempo todo, fizeram leis só para eles mesmos, e a gente nem percebeu. É como um ratinho que todo dia pega um pequeno pedaço de queijo e, quando você percebe, lá se foi o queijo todo. Aprovaram os aumentos dos próprios salários à vontade, benefícios de moradias, carros, viagens de avião, empregados, assessores, verbas de gabinete, férias prolongadas, faltas ao serviço justificadas, altas e polpudas aposentadorias, cartões corporativos secretos e o pior: têm imunidade parlamentar (na verdade, "impunidade parlamentar" ). Com ordem de quem fizeram isso tudo? Eu não mandei! Foi você, leitor? Se acabarem com a Lava Jato e criarem a Lei do Abuso de Autoridade, convido todo o povo para irmos para rua novamente!
OSVALDO SANTOS JR. (arquiteto) – Londrina

Cadeira maldita
Mais um ex-presidente da Câmara dos Deputados estampa as páginas policiais. Primeiro foi o deputado Severino Cavalcante ao ser acusado de ter recebido mais de R$ 100 mil do restaurante da Câmara no chamado escândalo do "mensalino". Depois foi a condenação do deputado André Vargas na Operação Lava Jato. Agora é a vez do deputado cassado Eduardo Cunha. Uma prisão mais do que esperada pelo histórico já conhecido por todos. Essa é a prova de que algo está mudando. A velha política está perdendo espaço para atuações do Judiciário. As artimanhas regimentais e legais não sobrepõem a máxima latina "veritas vos liberabit" (a verdade vos libertará). No caso do Cunha, a verdade vos prenderá. Até parece que a cadeira da presidência da Câmara tem uma maldição.
ANDRÉ TRINDADE (advogado) – Londrina

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