Molecagem
"Se o afastamento for confirmado, Dilma manterá alguns benefícios", diz a notícia. Só mesmo no Brasil! Qualquer borra bota concorda – no caso da presidente – que uma vez afastada cessam os direitos. Nenhuma ligação tem mais com o governo. É uma dispensa por justa causa. A exemplo de Lula, passa a ser cidadã comum. Conceder benefícios é admitir sentimento de culpa. Collor foi cassado em tempo recorde, sem quaisquer compensações. Num breve espaço foi alijado do governo e ficou inelegível por oito anos. Outra brincadeira da nossa legislação, fabricada preconcebidamente, pois o certo seria banimento da vida pública. Por essas e outras é que a desordem e a violência reinam soltas no País. Até as notas fiscais são desprezadas pelo comprador, face a desconfiança sobre a destinação dos recursos provenientes.
ANTÔNIO SCARPARI DAMETTO (aposentado) – Londrina

Política e medicina
Dois assuntos me chamaram a atenção na edição da FOLHA de domingo. O primeiro foi a carta do sr. Ludinei Picceli (Opinião). Muito esclarecedor o valor dispendido com cada legislador do município. Se essa matéria fosse melhor compreendida pela população, analfabeta ou semialfabetizada do nosso município, ou por uns pouco letrados, certamente haveria uma mudança drástica entre os vereadores. Com certeza, é um verdadeiro escândalo o que se presencia em nossos mais de 5 mil municípios. Deus queira que possamos reverter esses gastos em prol da população. Agem como se patrões fossem. Enquanto o inverso seria naturalíssimo: são nossos empregados. Sim, é empregado do munícipe, nosso empregado. E nós temos que assumir a responsabilidade de fiscalizá-los. E para ser nosso empregado questionamos a formação acadêmica do candidato, sua vida pregressa, etc. Em segundo lugar, quero parabenizar a médica Thaís Faggion Vinholo (Folha Gente). Ela com certeza sabe o valor de um PhD. Especialmente, lidando com microcefalia. Que ela continue a pensar em neuropediatria e juntando interesse filantrópico com parte de seu tempo disponível. E gostei muito de suas últimas frases: "Deus tem colocado pessoas muito especiais no meu caminho, que cuidam de mim". E por que não ser ela também, "especial" com os outros?
ALVARO ALMEIDA (engenheiro agrônomo) – Londrina

O novo que desrespeita o velho
Muito interessante a reportagem "Com polêmica, Uber desembarca em Londrina" (Geral, 19/8). Interessante para ser educada, pois a afirmativa de que "foram pegos de surpresa" pela administração municipal é um desrespeito aos taxistas que arduamente vem há anos prestando serviço à população londrinense e seguindo as normas rígidas que lhes são impostas pela CMTU. Gastaram para comprar os direitos de utilizar o ponto onde trabalham e arcam com despesas pesadíssimas que a CMTU lhes impõe. E, agora, a mesma CMTU vem dizer que irá fiscalizar o serviço Uber? Fiscalizar como se nem a implantação dizem que não sabiam? Com certeza, é esse o tratamento dado aos nossos trabalhadores que cumprem com suas obrigações para com a cidade? Descaso e falta de zelo! Claro que é necessário abrir-se para as novidades tecnológicas e para o novo tempo, mas também é necessário que saibamos respeitar os que há anos vêm trabalhando! Qualquer pobre mortal, como esta leitora, constata que aos atuais taxistas nada veio de graça e que não lhes foi dado o direito de opinar sobre o novo serviço, que simplesmente foi implantado com pompas e circunstâncias. Esta é a nossa Londrina, que exige quando lhe convém, desrespeita quando quer e ignora uma classe toda. Sou uma simples cidadã londrinense que gosta e admira sim o novo, mas também valoriza e respeita o trabalho de quem vem contribuindo para nosso futuro e vivendo da profissão obedecendo as normas vigentes.
EDNA HERMETO DIAS (professora) - Londrina

Correção
O sobrenome do prefeito Alexandre Kireeff foi escrito de forma incorreta na manchete "Profis da administração Kireeff em ano eleitoral gera polêmica" (22/8).

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