O relato de estudantes a respeito da qualidade do ensino nas escolas públicas de Londrina corrobora para o mau resultado obtido no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Ensino Médio no País, divulgado recentemente. No Brasil, a nota de 3,7 superou em apenas 0,1 ponto o resultado de 2009. No Paraná, o desempenho caiu de 4,2 para 4.
  Os problemas enfrentados pela educação são resultado de uma soma de fatores, onde todos os envolvidos têm responsabilidade: poder público, família e educadores. Ao contrário do que afirmam os discursos políticos, evidenciados em períodos de campanha eleitoral, a educação nunca foi prioridade. E para confirmar isso basta observar a infraestrutura das escolas públicas – sem laboratórios modernos, bibliotecas atualizadas e quadras esportivas em boas condições de uso –, o nível de aprendizagem dos alunos e o salário pago aos professores.
  Segundo pesquisa do Sistema de Avaliação da Educação Básica, realizada em 2009, apenas 11% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio sabiam o conteúdo esperado de Matemática e 28,9%, o de Língua Portuguesa.
  A família também tem a sua parcela de culpa porque passou a não valorizar a escola. A falta de limites na educação das crianças foi suplantada aos pais que, em muitos casos, na defesa desmedida dos filhos também desrespeitam os professores. Já a esses últimos, há a desmotivação e a falta de modernização.
  É preciso modificar a forma de se comunicar com os novos alunos. Eles nasceram na era da internet, da automação e não conseguem mais se prender somente a um quadro negro e aos livros. E, nesse quesito, há pelo menos um bom exemplo relatado: a do Colégio de Aplicação que, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina, trouxe os alunos da graduação para as salas de aulas. O uso da mesma linguagem aproxima os estudantes e faz aumentar o interesse pelas matérias.
  Portanto, a conclusão a que se chega é que a inovação deve ser uma palavra constante também nas escolas. Se todos os segmentos da economia estão descobrindo novas formas de administrar o seu negócio, é importante também que os educadores foquem nisso. É claro que uma ‘‘força’’ do poder público é importante porque toda mudança precisa de investimentos e de incentivos e aí é que deve entrar a família, com pressões sobre os governos para que essas mudanças aconteçam. Agente transformador da sociedade, somente com uma educação de qualidade é que o Brasil vai de fato avançar.