Preocupações e protestos
Estamos a caminho do caos. O fundo do poço já atingimos faz tempo e estamos protestando contra exposições, mostras em museus, juízes de futebol apitando contra nosso time, a falta de chuva, o calor excessivo, o horário de verão, coisas irrelevantes que nos afetam muito pouco. Estamos sem emprego, sem educação, sem segurança, sem saúde e mais uma infinidade de direitos que a Constituição nos garante, somente no papel. Não se vê ninguém protestando contra os desmandos de nossos dirigentes, quase todos, por nós escolhidos. No Legislativo, foi tratado do assalto ao dinheiro público para financiar as candidaturas, legislando em causa própria e as idas e vindas para votar a denúncia contra o presidente Michel Temer. No Executivo, a preocupação é com a defesa do presidente e a edição de alguns decretos sem nenhuma finalidade concreta e a tentativa de desacreditar seus acusadores. No Judiciário, como tem acontecido quase sempre, magistrados e ministros fazem tudo para que fique exatamente como sempre: nada resolvido e com a lentidão de sempre. Todos, com raríssimas exceções, cuidando de seus direitos e sem nenhum compromisso com seus deveres. O povo brasileiro está cansado e sem esperança, parece estar esperando algum milagre, só que milagres não acontecem por que queremos. Temos que batalhar para que se tornem realidade. Se continuarmos com preocupações menores e irrelevantes, o futuro das próximas gerações estará fadado ao fracasso. Vamos deixar de ser omissos, covardes e coniventes com a ruína de nossas instituições e a falência do país e nos mobilizar protestando contra os malfeitores que se apossaram da nação. O único temor desses bandidos, travestidos de autoridades, é quando a população se une em protestos pelas ruas de nossas cidades. Já fizemos isso, vamos repetir e aumentar a dose.
DARCY BRAZ GUEDES (mecânico) – Londrina

Vestibular da UEL
Diante de tamanha indignação relacionada ao vestibular da UEL, compartilhada não só por mim e meus amigos vestibulandos como também pelos professores, instituições preparatórias e muitos dos envolvidos no processo, senti-me no dever de expor o que tanto nos aborrece sobre o assunto. Como bem disseram as professoras Viviane Correa de Souza e Celia Regina Vitaliano (Opinião, 02/11 e 07/11), esse modelo de seleção para ingresso ao ensino superior está claramente longe de representar as aptidões e formação intelectual necessárias para a vida acadêmica. Uma de minhas amigas do cursinho, assim que saiu da prova, estava profundamente arrasada com o seu desempenho e se perguntava se algum dia realmente realizaria o seu sonho de ser médica. Essa dúvida, muito frequente entre nós, jovens em formação, nos mostra que, pela insistência de um sistema tão falho como o aplicado pela UEL no penúltimo domingo e por muitos outras universidades, que a "suposta culpa" de tudo isso, na verdade, é de nós vestibulandos. Como se nós não tivéssemos estudado e nos dedicado o suficiente ou, simplesmente, porque não temos a capacidade necessária para o curso desejado. Então, o que se cria, na realidade, são profissionais cada vez mais desestimulados e despreparados e futuras gerações com uma autoestima deteriorada e quadros depressivos. Meu maior questionamento se assemelha, enfim, ao de Viviane: a quem interessa tudo isso? A quem interessa um sistema que ao invés de contribuir para a sociedade a compromete ainda mais? Apesar de tudo, nós continuamos perseguindo os nossos objetivos. Poucos conseguem e outros continuam até não ser mais possível, e fracassam por exaustão ou porque finalmente sucumbiram à ideia de que não têm a capacidade de ser quem tanto sonharam. Essa é a formação educacional que possuímos.
ENZO PRÓSPERO PEREIRA (estudante de curso pré-vestibular) – Londrina

Nota Paraná
Aderimos ao Nota Paraná com o afinco de diminuir o IPVA. Ano passado, quando quis transferir o saldo para o imposto recebi informação de que quando fosse aberta a data avisariam o que não fizeram e terminamos por perder. Este ano, qual não foi a surpresa ao entrarmos na conta e vermos que havíamos perdido mais de R$ 400, dinheiro esse que estávamos pensando em transferir para o IPVA. A título de colaboração, sugiro que quando estiver para expirar o uso do saldo que seja comunicado ao interessado pois assim ele, como nós, não perderão. Pensem nisso.
EDMILSON ASSIS DOS REIS (autônomo) – Londrina

Incoerências
Um projeto pretende obrigar o SUS a operar as pessoas que querem mudar de sexo. Como um país que não consegue dar o mínimo de atenção às pessoas que morrem por incapacidade desses mesmos políticos e por falta de UTI nos hospitais públicos, quer obrigar por decreto a fazerem tal capricho? Ou seja, se alguém quiser trocar de sexo consegue atendimento, todavia se depois de algum tempo precisar de tratamento para o coração tem que esperar na fila até morrer. Os culpados de tudo isso somos nós que sempre votamos nos mesmos políticos, pois eles sabem que os eleitores só não conseguem trocar a memória porque não têm.
MANOEL JOSÉ RODRIGUES (assistente administrativo) - Alvorada do Sul

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