A cidade está sem a Zona Azul desde o dia 6 de julho, quando venceu o contrato com a empresa que gerenciava o serviço
A cidade está sem a Zona Azul desde o dia 6 de julho, quando venceu o contrato com a empresa que gerenciava o serviço | Foto: Carol Santos/Divulgação


Um impasse na abertura de uma nova licitação para contratação de empresa para gestão do estacionamento rotativo gerou a suspensão temporária do serviço em Cornélio Procópio. Segundo o prefeito Amin Hannouche (PSDB), a Administração Municipal já está preparando um novo procedimento licitatório, que será colocado em edital nos próximos dias. Com isso, a previsão é de que a vigência da Zona Azul retorne ao município em torno de 30 dias.

Ele afirma que houve uma divergência no entendimento atual da equipe jurídica da Prefeitura quanto à modalidade de licitação escolhida pela gestão anterior para consolidar a contratação da empresa G2 Empreendimentos e Logística para o gerenciamento das operações da Zona Azul, o que possivelmente gerou um atraso na abertura de um novo procedimento. A suspensão na prestação do serviço na cidade por impasses no contrato, inclusive, não ocorre pela primeira vez.

"Então, não vamos repetir o erro e fazer um procedimento equivocado. Vamos optar por aquilo que diz a lei, que é que devemos fazer uma concorrência pública de exploração desses serviços no município pelo prazo de cinco anos", declara o prefeito.

Além disso, ele afirma que existe uma investigação em relação ao contrato com a empresa, que está sendo apurada pelos órgãos competentes. "Esta é mais uma das razões pelas quais eu não posso renovar um contrato que possivelmente tenha um vício. Enquanto esta investigação não for concluída, não podemos afirmar se este vício ocorreu", diz ele.

Hannouche sustenta que não haverá prejuízo aos funcionários demitidos que prestavam serviço à empresa. "Qualquer que seja a empresa vencedora da nova licitação, pedirei preferência aos empregos para as pessoas que estavam trabalhando, pois já estavam treinadas e qualificadas para o trabalho." O prefeito também afirma que a Zona Azul pode ser estendida futuramente a outros pontos da cidade, gerando um número ainda maior de empregos.

Gilberto Guidorizzi, diretor da empresa G2 Empreendimentos e Logística, relata que, há três meses, vem procurando a prefeitura para uma definição sobre a renovação do contrato, porém não obteve sucesso. O convênio venceu no último dia 6 e, desde então, a cidade encontra-se sem a Zona Azul. Apesar de ter requerido, na semana passada, um aditivo de 90 dias para a prorrogação do contrato, até que a Prefeitura conseguisse formalizar uma nova licitação, o empresário diz não ter sua demanda atendida pela administração municipal.

Para ele, o aditivo evitaria a paralisação do serviço e também que os funcionários da empresa fossem dispensados. "Sabíamos que o município tem a prerrogativa de prorrogar ou não o contrato. Mas, o que pesa mais é a situação com os funcionários, pois muitos deles dependiam do salário para subsistência das famílias." O diretor da empresa revela que entrará novamente na concorrência pública para a exploração dos serviços de estacionamento rotativo.

O contrato previa um repasse de 5% para a Prefeitura sobre o faturamento mensal da empresa, recursos esses que eram destinados ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Segundo Guidorizzi, em um balanço prévio, o repasse totalizou cerca de R$ 22 mil durante a vigência de um ano do contrato.

Desde o início, a implantação do sistema de estacionamento rotativo divide opiniões dos usuários e comerciantes locais. "Eu acredito que seja válido ter a Zona Azul em Cornélio, mas tinha que ser algo mais organizado. Acho que faltava funcionário para trabalhar", declara Márcia Valéria Fernandes, proprietária de uma lanchonete do centro da cidade. "Porém, sem o rotativo também falta vaga de estacionamento, já que muita gente que trabalha no comércio deixa o carro parado durante o dia todo, ocupando vaga", completa ela.

O comerciante Valdir Costa, proprietário de uma loja de calçados localizada na avenida principal da cidade, acredita que a suspensão temporária do serviço de estacionamento rotativo pode prejudicar o comércio local. "O cliente da região vem para comprar e quer um lugar para estacionar e poder vir até o nosso comércio para poder gastar", afirma.

"Sou a favor da Zona Azul, desde que funcione certinho, com um pessoal responsável para trabalhar. A equipe tem que ser treinada para atender bem o cliente. Eu acredito que se fizer uma Zona Azul dentro da lei certa, é bom para o comércio", declara Costa.