Sem equipamentos nem pessoal, a UPA de Santo Antônio da Platina está sendo tomada pelo mato; município busca alternativa para que estrutura não se transforme em ‘elefante branco’
Sem equipamentos nem pessoal, a UPA de Santo Antônio da Platina está sendo tomada pelo mato; município busca alternativa para que estrutura não se transforme em ‘elefante branco’ | Foto: Luiz Guilherme Bannwart/Divulgação



Santo Antônio da Platina - O prefeito de Santo Antônio da Platina, José da Silva Coelho Neto (PHS), o ‘Professor Zezão’, disse que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) doada ao município pelo governo federal foi um ‘presente de grego’. Segundo ele, o Executivo não dispõe do orçamento necessário para o funcionamento da unidade, que segundo avalia seria entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão mensal. No entanto, o prefeito garante que a Secretaria Municipal de Saúde já está trabalhando para evitar que a obra se transforme em um ‘elefante branco’ na cidade.

Segundo o Professor Zezão, é possível fazer a readequação do projeto para que a unidade possa funcionar como estrutura para outras áreas ligadas à saúde. "A obra é maior do que muitos hospitais na região e seria excelente que ela funcionasse como Unidade de Pronto Atendimento, mas de nada adianta uma estrutura desse porte se não temos dinheiro para arcar com as despesas mensais. O governo federal reconheceu o problema e já alterou o projeto para que as unidades construídas em todo o País possam funcionar, e nós estamos buscando a melhor solução", explica.

O prefeito destaca ainda que recentemente o Ministério da Saúde alterou critérios importantes para o funcionamento das UPAs em todo o País. Um deles é a redução no número mínimo de médicos por unidade. Porém, segundo o prefeito, outros problemas atrapalham a execução do projeto. "Inicialmente seria obrigatório quatro médicos por plantão, agora serão necessários apenas dois profissionais. No entanto, o problema não se resume a isso. A UPA atenderia Santo Antônio e outras quatro cidades que já têm o Cisnorpi (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte Pioneiro) para atendê-las, nos casos emergenciais as vítimas serão encaminhadas ao próprio Pronto-Socorro. Por que gastariam um dinheiro que não têm com a unidade?", questiona. "As despesas seriam quase 100% nossa, e não temos condições financeiras para tanto. Por isso estamos buscando alternativas. Talvez um Centro de Especialidades mais avançado, quem sabe? Mas para isso dependemos de parcerias com o governo estadual, o que já está sendo discutido", garante.

A secretária municipal de Saúde, Ana Cristina Costa, informou que as obras na Unidade de Pronto Atendimento foram concluídas há um mês e que o município está adquirindo os equipamentos necessários. Ela considerou positiva a mudança que permite o funcionamento da UPA com o limite mínimo de dois médicos, e disse que o Executivo está trabalhando para que a inauguração da unidade aconteça o mais breve possível. "Isso faz uma grande diferença, pois reduz em 50% o maior salário da unidade. No entanto, estamos avaliando a melhor maneira de utilizarmos a estrutura o quanto antes", avalia.

ESTRUTURA
A Unidade de Pronto Atendimento construída em Santo Antônio da Platina ocupa uma área de 1, 2 mil metros quadrados, na avenida José Palma Rennó. O investimento anunciado foi de R$ 1,7 milhão, sendo R$ 1,6 milhão do Ministério da Saúde e R$ 164 mil com recursos municipais. No entanto, segundo o Executivo, o orçamento já ultrapassou R$ 2,2 milhões.

A área construída é de 700 metros quadrados e com capacidade prevista para atender 150 pacientes a cada 24 horas, com equipe médica e de enfermeiros, exames de laboratórios e de imagens. Pelo projeto, seriam sete leitos apropriados para observação. A unidade deveria ainda ter vínculo direto com o Samu e unidades hospitalares da cidade, além de Jundiaí do Sul, Joaquim Távora, Quatiguá e Carlópolis.