Clima na instituição é de esperança e renovação para a nova diretoria; exoneração do antigo diretor foi publicada no Diário Oficial da União
Clima na instituição é de esperança e renovação para a nova diretoria; exoneração do antigo diretor foi publicada no Diário Oficial da União | Foto: Gustavo Carneiro/06-02-2014



Cornélio Procópio – O campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Cornélio Procópio realiza uma consulta, na próxima quarta-feira (12), para eleger o próximo diretor da instituição. Três candidatos disputam o cargo: dois professores do curso de Engenharia Elétrica e outro da área de Administração.

Após escândalos de corrupção envolvendo a última gestão do campus, o clima na instituição é de esperança e renovação para a nova diretoria. Segundo o professor Dirceu Casagrande Júnior, membro do Sindicato dos Docentes no campus da UTFPR de Cornélio Procópio, a transparência é o principal ponto levantado pelos candidatos. "Esse deve ser o diferencial da nova gestão. Se não for, a comunidade toda, em função dos últimos acontecimentos, irá fazer cobranças. Deve haver uma preocupação dobrada em relação à publicidade de contratos, licitações e atos da gestão", ressalta.

A disputa, segundo o professor, deve ser "voto a voto". "O nível dos candidatos é alto e muito bom. Os três gozam de grande credibilidade na universidade. O que nós temos visto é um rico debate de propostas. Fazia tempo que não havia um clima tão favorável para discutir ideais. Todos que estão pleiteando a vaga estão se esforçando para trazer propostas para a comunidade, e geralmente são questões interessantes".

Para o presidente do Direitório Central dos Estudantes (DCE) do campus de Cornélio Procópio, Diego Rocha Guedes, é positivo haver vários candidatos. "Todos estão conversando com os departamentos, há assembleias dos setores para levar suas reivindicações, ou seja, toda a universidade está envolvida. É um sinal de avanço democráticos nas discussões". Segundo Guedes, a principal pauta dos estudantes é ampliar a participação dos alunos no direcionamento da universidade. "Gostaríamos que houvesse um Conselho Diretivo que desse apoio ao diretor na tomada de decisões, e que esse conselho fosse paritário, ou seja, com proporção igual entre estudantes, professores e técnicos".

Pelo processo de eleição professores, servidores e alunos têm voto (não obrigatório), sendo que as duas primeiras categorias têm peso de 80% e os estudantes 20%. O nome mais votado deve ser homologado pelo reitor da UTFPR. O diretor do campus tem mandato de quatro anos.

CANDIDATOS
Entre os candidatos está o professor doutor do Departamento de Engenharia Elétrica, André Shiguemoto, que se destacou com o projeto Solidariedade em Palitos, e está na instituição desde 2013. Também é candidato o atual chefe do Departamento de Engenharia Elétrica, professor doutor Wagner Endo, docente desde 2008. O terceiro candidato é o professor doutor Márcio Jacometti, atual Diretor de Graduação, idealizador do Hotel e Incubadora Tecnológica, e está na instituição desde 1996.

Conselho Universitário confirma exoneração
Curitiba - O Conselho Universitário da UTFPR (Couni) negou o pedido de recurso do ex-diretor do campus de Cornélio Procópio, Devanil Antônio Francisco, sobre a decisão do reitor, Luiz Alberto Pilatti, determinando sua exoneração. A decisão de Pilatti foi proferida em novembro de 2016, porém o ex-diretor entrou com um recurso, que foi negado pelo Conselho em reunião no dia 24 de março, com 24 votos favoráveis, dois contra e 12 abstenções. Com isso, esgotam-se as vias administrativas que evitariam a demissão de Francisco. A portaria já foi assinada pelo reitor e publicada na terça-feira (4) no Diário Oficial da União.

O ex-diretor foi acusado de desvio de verbas públicas. Auditorias internas apuraram superfaturamento de R$ 2,7 milhões em contratos de licitação para compra de aparelhos e prestação de serviço, conforme a Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

A defesa do ex-diretor afirma que tomará as providência judiciais cabíveis junto à Justiça Federal, e sustenta que todos atos do ex-diretor, que foram imputados como ilegais, tiveram pareceres favoráveis das pró-reitorias Jurídica e de Planejamento e Administração da UTFPR. A defesa ainda ressalta que não houve julgamento justo, uma vez que outros servidores foram acusados das mesmas questões e receberam apenas advertências administrativas. (R.P.)